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Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral

“Apesar da pandemia avançámos com projetos para reforçar a oferta turística”

Francisco Gomes

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Em entrevista ao Jornal das Caldas, o presidente da Câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes, aponta de que forma o concelho foi afetado pela pandemia, a nível das empresas, da economia, da saúde e da autarquia.
Ricardo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Bombarral

Mais de um ano passado em tempos de pandemia, de que forma o concelho do Bombarral foi afetado, a nível das empresas, da economia, da saúde e da autarquia?

Infelizmente, o Bombarral foi afetado como o resto do país, tem sido um ano onde muito tem sido exigido às famílias portuguesas.

Apesar de tudo a incidência de casos positivos tem estado bastante abaixo da média nacional. Para se ter uma noção, o Bombarral conta até hoje com um número acumulado de casos positivos correspondente a cerca de 4,5% da população residente, enquanto a média para o país é superior a 8%.

Tem sido quase um ano e meio de necessidade de adaptação constante, com fortes impactos económicos, nomeadamente no turismo e na restauração. Por outro lado, o facto de haver uma matriz concelhia marcadamente rural, e considerando que a agricultura nunca parou, fez com que as famílias que perderam rendimentos no concelho correspondam a um universo a rondar os 14%, o que não deixa de ser muito significativo. Acima de tudo tem sido um período que tem posto à prova a capacidade de resiliência de todo o tecido económico-social.

O município, independentemente das forças políticas, tem estado unido a combater este flagelo e a apresentar soluções que reduzam o impacto negativo da pandemia, tanto nas pessoas, como na economia local.

Que respostas têm sido dadas e o que se espera do resto de 2021?

A nossa primeira preocupação foram as pessoas. Proteger os mais frágeis, proteger os mais seniores, aqueles que corriam mais risco. Apostámos na proximidade, na sensibilização, garantir que todos tinham acesso à informação necessária e que poderiam contar com o nosso município para resolver as coisas mais pequenas, desde levar o medicamento a quem estava acamado, levar as compras a casa se fosse caso disso.

Aprovámos várias medidas de apoio para ajudar a diminuir as despesas mensais das famílias e das empresas ao nível da faturação da água e de outras taxas municipais, e reforçámos o programa Abem, que permite o acesso gratuito a medicamentos por parte da população mais desfavorecida.

Apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia, garantimos o fornecimento de refeições a alunos dos escalões A e B, e a adultos carenciados, totalizando cerca de 120 refeições por dia. Por outro lado, também garantimos que todos os alunos do concelho pudessem ter acesso às aulas à distância, através da aquisição de tablets e da disponibilização de equipamentos de acesso gratuito à internet.

Neste contexto, lançamos também o programa “Lado a Lado”, com vários eixos de atuação: a iniciativa “Conversas à Janela”, que permitiu inventariar as principais necessidades da população sénior, a linha de “Apoio Psicológico”, a ação “Ajude-nos a identificar”, que teve por finalidade sensibilizar a população a ajudar a autarquia na sinalização de famílias em dificuldade, a criação de uma listagem de empresas com entregas ao domicílio e take-away e, mais recentemente, a oferta à população de um vale para descontar no comércio local.

Distribuímos máscaras de proteção por toda a população, numa altura em que ainda eram escassas, distribuímos álcool-gel pelas diversas instituições que se encontram na linha da frente no combate à pandemia; garantimos sempre as visitas técnicas mensais do Serviço Municipal de Proteção Civil às estruturas residenciais para idosos, juntamente com a Autoridade de Saúde e Segurança Social, e formos proativos no apoio disponibilizado à autoridade de saúde ao nível da identificação das cadeias de contágio e do processo de vacinação dos utentes das estruturas residenciais de idosos.

O esforço do município tem sido considerável, onde não posso deixar de reconhecer o empenho dos serviços e de todos os que, durante este ano e meio, se arriscaram para que o município conseguisse garantir apoio em tempo real e próximo das pessoas.

Que projetos e obras foram concretizados no último ano?

Este mandato vai ficar marcado pela pandemia, mas acima de tudo pela forma como as pessoas do Bombarral se uniram e conseguiram responder aos desafios deste ano e meio. A resposta à pandemia também passa por nos prepararmos, económica e socialmente para o pós pandemia.

Apesar de tudo o que se passou, estamos muito orgulhosos de também termos conseguido avançar com três projetos de requalificação, dois dos quais de enorme relevância ao nível do reforço da oferta turística e cultural do nosso concelho.

O primeiro, que já se encontra em fase de obra, é a requalificação do Palácio Gorjão, um investimento superior a 1.8 milhões de euros, que inclui ainda a intervenção no espaço da Biblioteca e do Anfiteatro Municipal. Para além da preservação e valorização deste edifício histórico, convertido em Museu Municipal na década de 90, as obras têm como grande mais valia a melhoria das acessibilidades e reorganização dos vários espaços museológicos.

Outro espaço a intervencionar será a Biblioteca Municipal, cuja requalificação inclui, entre outros aspetos, a criação de uma sala dedicada ao público infantil com um pátio lúdico, de um espaço para a instalação de uma fonoteca/mediateca e a ampliação das zonas de leitura geral e de informática. No Anfiteatro Municipal, será efetuado um incremento de lotação, para além da criação de condições de maior conforto e acessibilidade.

A reabilitação das instalações do antigo IVV – Instituto da Vinha e do Vinho, situadas no Cintrão, foi também uma obra relevante, com o objetivo de devolver a relevância e visibilidade que o mesmo já teve nas décadas de 50 e 60, através da implementação de um projeto inovador nas áreas da ciência e da investigação: a Quinta Ciência Viva da Pera Rocha.

O protocolo de cooperação para a concretização deste projeto já foi assinado entre o Município, a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e o Rocha Center – Centro de Pós-Colheita e Tecnologia, ACE, um dia marcante para o nosso concelho, que contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, dr. Carlos Miguel.

As obras da primeira fase de reabilitação, que já se iniciaram e representam um investimento a rondar 1.3 milhões de euros, irão permitir transformar as referidas instalações num espaço que que terá um impacto profundo no desenvolvimento e ligação entre o mundo rural, a comunidade científica e académica e o tecido económico-empresarial, potenciando a inovação, o empreendedorismo e a criação de oportunidades turísticas e de lazer.

Tal como tivemos a preocupação de permitir que todos os jovens e crianças tinham acesso à internet e às aulas à distância, não nos esquecemos de garantir a Melhoria da Acessibilidade do Caminho das Escolas, com uma intervenção que se irá concretizar entre o centro da vila e o Centro Escolar, passando pela Escola Básica e Secundária Fernão do Pó e os equipamentos desportivos municipais.

Com um investimento de cerca de 860 mil euros, a obra irá promover uma intervenção nos arruamentos mais utilizados pelos cidadãos, a eliminação de barreiras arquitetónicas, a criação e manutenção de passadeiras e a eliminação de pontos de conflito entre a circulação pedonal, ciclável e viária, privilegiando as áreas de estacionamento para residentes.

Na Educação, destacaria ainda outras intervenções igualmente importantes, como por o exemplo as melhorias levadas a cabo ao longo do mandato no Centro Escolar e na Escola do 1º Ciclo do Pó, a requalificação do jardim-de-infância do Vale da Várzea, que irá ter início brevemente. Noutro âmbito, e também importante, realizámos de igual forma a reabilitação da Habitação Social, no Vale Covo, e a execução do coletor de saneamento do Vale Pato, uma obra aguardada há vários anos pela população valecovense.

Já concluída, e em condições de entrar em funcionamento, está a obra de construção do Canil Intermunicipal, levada a cabo pelo nosso município e pelo Município do Cadaval. Num primeiro momento irão ficar apenas a funcionar os dois módulos destinados ao alojamento com carácter mais prolongado de animais para adoção. Aproveitando as comemorações do aniversário do concelho, no dia 29 iremos proceder ao ato simbólico de entrega das chaves às associações, de cada um dos municípios, que irão assumir a gestão do equipamento.

Quais foram as que ficaram em lista de espera?

Há sempre muita coisa para fazer e tenho uma visão clara do que precisamos continuar a fazer para que o Bombarral recupere da pandemia, social e economicamente. Há, no entanto, alguns projetos que também arrancarão em breve, como os novos estaleiros municipais, cujo projeto está na fase das especialidades, a Loja do Cidadão, essencial para a comodidade das pessoas, em que o projeto de execução está praticamente concluído, e o projeto de eficiência energética do edifício dos Paços do Concelho, o qual se está a iniciar. Mas há mais.

“Optámos por adiar para 2022 o Festival do Vinho e a Feira da Pera Rocha”

Tem havido incerteza, por causa da pandemia, sobre a realização de diversos eventos emblemáticos no Bombarral, como o Festival do Vinho Português e a Feira Nacional da Pera Rocha. Já há uma decisão?

No Bombarral temos sido sérios no combate à pandemia. E enquanto não houver imunidade de grupo, teremos de atuar sempre para proteger as pessoas. Por isso, face à evolução epidemiológica que se vem verificando nas últimas semanas a nível nacional, com um crescente aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde o concelho do Bombarral se insere, por muito que nos custe, optámos por adiar para 2022 a realização do 37º Festival do Vinho Português e a 27ª Feira Nacional da Pera Rocha.

Tendo em consideração as caraterísticas do próprio evento, dificilmente conseguiríamos arranjar um modelo de organização que permitisse respeitar todas as normas exigidas pela Direção Geral da Saúde.

No entanto, não deixaremos de apoiar a economia local e a restauração, assinalando a data e os temas do evento, com iniciativas adequadas à situação sanitária que o país e o mundo ainda atravessam.

Este é um ano que vai também ficar marcado pelas eleições autárquicas. O discurso político vai endurecer?

Não me preocupa. Da minha parte as pessoas sabem com o que podem contar. As pessoas continuarão sempre em primeiro lugar.

Nunca fiz carreira partidária e cheguei a presidente de Câmara do Bombarral com maioria absoluta porque as pessoas acreditaram em mim e no nosso projeto. Este ano as pessoas terão a oportunidade de tornar a escolher. Iremos apresentar o nosso projeto e os bombarralenses terão a oportunidade de escolher.

Na qualidade de candidato, como antevê os meses que faltam até ao dia das eleições?

Apenas poderei falar no papel de presidente de Câmara, e nessa perspetiva aquilo que antevejo é que continuaremos a ter uma ação muito condicionada, ainda, pela pandemia da Covid-19, em que tentaremos concretizar o mais possível todos os projetos que temos em mãos, até porque novos desafios se colocarão com a bazuca Europeia e o novo quadro de financiamento europeu. A interligação entre a Câmara Municipal e o Governo continuará a ser essencial.

No seu entender, que obras faltam ao Bombarral e que devem ser defendidas por quem vier a gerir a Câmara?

O reforço das condições de assistência médica e hospitalar, não largando a temática da construção do novo hospital do Oeste. A eletrificação da linha do Oeste é outra das oportunidades que surge, com tudo o que isso possa vir a dinamizar. Depois há todo um trabalho de reabilitação urbana para incrementar, a estratégia local de habitação para executar, a dinamização de concelho em termos turísticos, entre outras áreas de atuação.

Os investimentos da bazuca (Plano de Recuperação e Resiliência), recentemente aprovado, representam uma oportunidade que o Bombarral não pode perder. Não se pode dar ao luxo de deixar passar esta oportunidade.

“O Município tem um terreno com 54 hectares para a implantação do Hospital do Oeste”

Recentemente, numa entrevista à Rádio Mais Oeste, o antigo presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, disse que novo hospital do Oeste vai ser decidido a favor do Bombarral ou Lourinhã. Acredita que será assim? Bombarral está na luta pelo novo hospital?

Não se trata de uma luta. No entanto, o Município tem um terreno com 54 hectares que coloca à disposição do Governo para a implantação do Hospital, se for essa a decisão de localização desse equipamento estruturante para a região.

A propósito de mais um feriado municipal, que mensagem quer deixar aos bombarralenses?

Juntos vamos conseguir. Uma mensagem de esperança de que o regresso à normalidade se dê o mais rapidamente possível, mas também de apelo a que se mantenham os cuidados básicos para que consigamos manter um índice de transmissibilidade baixo.

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