A Fepodabes defende a dispensa de comparência ao serviço para os dadores de sangue no dia da dádiva, possibilidade que foi retirada em 2011.
A Assembleia da República aprovou em 2012 o estatuto do dador de sangue, mas manteve essa lacuna. “É urgente a alteração do estatuto do dador de sangue, com a reposição do direito aos dadores de sangue de se ausentarem das suas atividades profissionais para sangue”, manifesta a Fepodabes.
“Os dadores são fundamentais, pois não há sangue sem dadores. Na ausência de componentes sanguíneos artificiais, não há nenhuma alternativa ao sangue de dador”, faz notar.
Segundo aponta, “contrariamente ao que acontece em muitos outros países, em Portugal a dádiva de sangue não é remunerada, ou seja, é benévola e altruísta. Ao mesmo tempo, verifica-se que o número de dadores tende a diminuir, sendo também relativamente frequentes as quebras dos stocks de sangue a nível nacional, matérias que devem levar os decisores políticos a refletir”.
O presidente da Fepodabes, Alberto Mota, explica esta reivindicação: “Entre 2011 e 2021 perderam-se cerca de 40 mil dadores regulares, número que é verdadeiramente preocupante e que tem um forte impacto na disponibilidade de sangue nos serviços de saúde”. Adianta ainda que “são necessárias cerca de mil unidades de sangue todos os dias”, pelo que “para dar resposta a estas necessidades, é necessária a mobilização da sociedade para a dádiva benévola”.
“Existe aqui uma incoerência incompreensível, pois próprio estatuto do dador de sangue refere o dever cívico de todo o cidadão saudável contribuir para a satisfação das necessidades de sangue da comunidade, bem como considera-se o dador convocado para nova doação desde que decorrido o intervalo mínimo fixado entre as dádivas”, indica o presidente da Fepodabes.
0 Comentários