É uma doença que se carateriza por aumento da pressão do sangue nas artérias, acima de níveis considerados normais e a partir dos quais pode causar danos em órgãos, tais como os rins e o coração.
Estima-se que em 2015, 36% da população residente em Portugal, com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos de idade, tinha hipertensão arterial e que apenas cerca de 70% destes doentes estavam diagnosticados e tratados.
Muitas vezes, esta doença é assintomática, e tardiamente diagnosticada, provocando alterações nos vasos, tornando-os mais frágeis, assim como no coração, fazendo com que este tenha alterações estruturais. Estas alterações condicionam consequências a longo prazo, aumentando a mobilidade dos pacientes.
Uma analogia simples para nós percebermos as consequências da hipertensão arterial é imaginarmos uma mangueira, que durante anos recebe água com uma pressão superior à qual estaria preparada. Ao longo dos anos a mangueira vai ficando mais frágil podendo rebentar. A melhor forma de prevenir este evento seria reduzir a pressão sobre essa mangueira de forma a prolongar a sua longevidade. O mesmo se passa nas nossas artérias, se a pressão sobre elas exercida for sempre alta, a probabilidade de haver uma rotura de um vaso e consequentemente um evento fatal, será maior.
Quais são, então, os valores ideais de tensão arterial?
120 mmHg para a tensão sistólica (TAS), ou seja, a pressão do sangue quando o coração contrai e de 80 mmHg para a tensão diastólica (TAD) a pressão do sangue quando o coração relaxa.
Apesar de existirem valores ótimos de tensão arterial, só devemos intervir farmacologicamente quando os valores de TAS é de valor igual ou superior a 140 mmHg e de TAD superior ou igual a 90 mmHg.
O que pode influenciar a subida dos valores?
Existem fatores de risco para o aumento dos valores de tensão arterial, tais como a dieta, a obesidade ou o tabagismo. A dieta rica em sal é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial. O consumo de conservas ou de alimentos com sal, tão tradicionais na dieta Portuguesa, quando em demasia, contribuem para a elevada prevalência desta doença no nosso país. Este foi um dos motivos que levou a CUF e o Pingo Doce a criarem o Programa “Menos Sal Portugal” com o objetivo de ajudar as famílias portuguesas a mudarem comportamentos no que respeita ao consumo de sal. Deixo a sugestão de consulta do site https://menossalportugal.pt, para conhecer algumas dicas simples para reduzir o consumo de sal.
O acompanhamento médico é fundamental?
Os doentes hipertensos devem ser acompanhados no seu médico assistente, com periodicidade semestral, de forma a vigiar possíveis consequências da hipertensão arterial no organismo e controlar os valores de tensão arterial. Mesmo em tempos de pandemia este acompanhamento deve ser mantido. Não basta tomar medicação para, é preciso que os valores de tensão arterial se encontrem controlados, sendo necessário um controlo dos valores por parte do doente em articulação com o seu médico e a realização de exames complementares diagnóstico para avaliar órgãos diretamente relacionados com esta patologia como o coração ou o rim.
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