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Listas concorrentes ao Montepio Rainha D. Leonor com visões diferentes

Marlene Sousa

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Os candidatos que encabeçam as duas listas que concorrem à direção do Montepio Rainha Dona Leonor foram entrevistados na Rádio Mais Oeste, numa parceria com o Jornal das Caldas.
O advogado Marques Pereira encabeça a lista A “Montepio XXI” e o médico Francisco Rita encabeça a lista B “Por um novo Montepio”

As eleições da associação mutualista fundada em 1860 estão a dar muito que falar. Há décadas que não havia duas listas a concorrer a uma das mais antigas e respeitadas instituições das Caldas da Rainha.

Marques Pereira: “Ninguém está a esconder as contas”

A lista A, liderada pelo advogado Marques Pereira, pretende avançar com a criação do novo hospital Montepio Rainha D. Leonor dentro de dois anos.

A ideia de um novo hospital para substituir a antiga Casa de Saúde, onde o Montepio foi fundado há 160 anos, começou a concretizar-se em 2017, quando a atual administração do Montepio comprou por 1,5 milhões de euros o edifício que pertencia à EDP para ser reconvertido em estabelecimento de saúde.

Marques Pereira assumiu que o novo hospital nas Caldas poderá ser uma realidade no início de 2023, num investimento superior a seis milhões de euros, caso continue à frente desta instituição centenária. Quem já está a trabalhar no projeto e fará o investimento nas obras e equipamentos é o grupo Sanfil, de Coimbra, que será o parceiro no negócio.

O Hospital Rainha D. Leonor pretende afirmar-se como “o melhor hospital privado da região”, com Serviço de Atendimento Permanente com acesso de ambulâncias, serviços de Imagiologia, Fisioterapia, Internamento, Bloco Operatório de três a quatro salas e Hemodiálise.

O candidato disse que em “termos pessoais não existe nenhum conflito entre elementos da lista A e da lista B”. O que existe “são pontos de vista institucionalmente diferentes nos projetos que cada um defende”.

Segundo o advogado, a lista A “cumpre todas as regras legais que estão inerentes a este processo e espera que os outros concorrentes façam o mesmo”.

“Nós não impugnámos nada, a única coisa que fizemos foi utilizar um mecanismo que está no código das mutualidades, que foi discordar de algumas situações que constam da lista B que não cumprem com aquilo que mandam os estatutos. Fizemos simplesmente uma reclamação cumprindo todos os preceitos legais”, apontou.

Marques Pereira alegou que usaram sempre um mecanismo de “natureza legal que não é contra ninguém, mas sim uma questão meramente institucional que nós tivemos sempre a intenção que se mantivesse no círculo fechado porque não é uma questão para ser debatida fora da instituição e que deve ser analisada em devido tempo, nos locais próprios e na altura própria”.

No que concerne à acusação da lista B de não apresentar as contas aos sócios, Marques Pereira explicou que antes das eleições terem sido desencadeadas, em novembro de 2020, a atual administração entendeu que o plano e orçamento faria todo o sentido serem apresentados pela lista vencedora.

O advogado continuou a explicação referindo que as contas do Montepio são auditadas e têm que ser certificadas pelos auditores externos (empresa BDO), depois apreciadas pelo Conselho Fiscal, apreciadas pelo Conselho Geral e finalmente é que ficam em condições de ir à Assembleia Geral. “O que aconteceu é que a lei veio proibir a realização de Assembleias Gerais, nomeadamente para as associações com mais de 100 associados. Remeteu todas as obrigações a esse nível para o prazo final de 30 de setembro de 2021. Normalmente era até o final de março”, contou, acrescentando que “a empresa que certifica as contas e o nosso contabilista recalendarizaram todo o processo”.

Garante que as contas existem e que o Conselho Fiscal as tem acompanhado, esclarecendo que “ninguém está a esconder as contas”.

Este processo eleitoral tem provocado algum ruído perante a comunidade. Sobre o facto de haver elementos da atual administração na lista concorrente, Marques Pereira disse que “são pessoas com opiniões diferentes”. Quanto a questões de natureza pessoal, o candidato declarou que “tirando uma ou duas pessoas com que tenho um relacionamento de natureza pessoal mais distante, a maior parte das pessoas da lista B não as conheço”.

Admitiu que o ruído “é prejudicial para o Montepio”, mas considera que está patente que “temos feito tudo o possível para evitar esse ruído de intervenções de caráter negativo que põe em causa a credibilidade da própria instituição”.

Francisco Rita: “Assumimos uma posição de frontalidade”

Francisco Rita, médico, especialista em radiologia, encabeça a lista B, assumindo-se como alternativa aos atuais corpos sociais da instituição. Questionado sobre o litígio com os elementos da lista A, considerou a situação “desagradável” e esclareceu que “quando decidimos tornar público a existência da lista B fomos ter com o representante da lista A comunicar-lhe oficialmente que tinha constituído uma lista concorrente”.

“Assumimos desde o princípio uma posição de frontalidade e de trabalhar todos os assuntos como consideramos que devem ser trabalhados, em ‘cima da mesa’”, sustentou.

O candidato fez notar que a lista B “por ter um ou dois elementos do PSD não quer dizer que seja induzida a esse partido”. Esclareceu que é e sempre foi independente. “Há uma pessoa que eu admiro e que teve muita influência na minha vida. É o meu avô e ele a seguir ao 25 de Abril, quando já tinha cerca de 80 anos, disse-me: “Nunca deixes que te ponham a coleira, tens que ser sempre independente”, contou.

O médico referiu que “se há elementos que saem dos atuais órgãos sociais do Montepio para uma lista concorrente é porque a situação interna não está bem”. “Termos dois elementos que pertenciam à atual administração revela cuidado da nossa parte em termos elementos internos que nos possam fornecer alguma informação para percebermos muitas das ações que foram tomadas”, contou.

“Tem menor idade média dentro das listas concorrentes ao Montepio, gente jovem e com uma participação distribuída por mulheres e homens, o que revela o espírito de abertura que nós pretendemos aplicar à atividade”, referiu.

A lista B apresenta uma visão diferente de como a instituição vai investir cerca de seis milhões de euros na criação de um hospital privado. “O que pretendemos fazer é apresentar aos sócios do Montepio duas propostas, para que os associados possam ter uma opção de escolha. Não é a administração que vai decidir passar a área clínica para um parceiro. Nós não aceitamos isso, os sócios é que são os donos da instituição”, salientou.

Garantiu que se vencerem as eleições vão dentro de três meses apresentar aos sócios um caderno de encargos de uma modalidade em que “será o Montepio a assumir o desenvolvimento da nova unidade e ao mesmo tempo apresentaremos também para decisão possíveis acordos com outras entidades”.

Criticou ainda o facto de “não ter havido nenhuma assembleia ou ação para ouvir os associados na estratégia a seguir”.

Francisco Rita defendeu para o antigo edifício da EDP, que foi adquirido pela instituição centenária, uma nova clínica de saúde a ser explorada pelo Montepio após recurso a financiamento, nomeadamente a fundos comunitários. “Temos o know-how e existe um projeto funcional definido e desenhado e já aprovado pela entidade reguladora de saúde para a transformação deste edifício numa clínica e aí temos cerca de seis meses de avanço em relação a qualquer parceria que se queira fazer”, afirmou o médico.

Rejeitou qualquer entendimento com o grupo Sanfil para a instalação de um novo hospital no antigo edifício da EDP, tal como preconizado pela lista A

“Eu conheço quase todos os hospitais do país, trabalhei em vários deles, participei nos cadernos de encargos das parcerias publicas-privadas. Eu tive sob a minha responsabilidade 17 unidades. Tenho alguma experiência do que é a área médica, não só como clínico”, apontou. Recordou que foi ele quem “durante muitos meses paguei os ordenados aos funcionários do Montepio, porque a instituição chegava ao fim do mês e não tinha dinheiro”.

Francisco Rita apontou prioridades para o mandato: otimizar as instalações da atual Casa da Saúde e estudar o modelo adequado para a nova unidade de saúde.

Na entrevista, acusou o atual conselho de administração liderado por Marques Pereira de não apresentar as contas de 2020 aos associados nem o orçamento para 2021.

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