Desde pequeno que, quando algum de nós lá de casa precisava de cuidados médicos, íamos pela mão da minha mãe ao sítio do costume: o Montepio. Os anos passaram e aos poucos essa rotina foi mudando. Ora porque o SNS começou a apresentar mais soluções, nomeadamente através da criação das Unidades de Saúde Familiar, mas principalmente porque, aos poucos, o Montepio deixou de responder ao que precisávamos.
“Por um Novo Montepio” é o mote pelo qual um conjunto de associados, do qual faço parte, se uniu para apresentar uma alternativa para o futuro do Montepio. Se os mutualistas considerarem que tudo está bem assim e decidirem continuar com o rumo atual, tudo bem… se não se reveem na atual qualidade dos serviços de saúde, na atual qualidade dos serviços prestados no Lar e nas Residências, se não se reveem na venda de património e numa gestão sem deficit e dívida, então têm a nossa alternativa.
Para que fique claro, “Novo Hospital”: temos a experiência e o conhecimento necessários para que seja o próprio Montepio a gerir com competência a área da Saúde, através de parcerias setoriais; em alternativa temos já o contacto realizado para fazer uma parceria geral com um dos maiores “players” do país. Na proposta de concessão apresentada pela atual administração ficam duas questões: qual o poder de decisão do Montepio na futura gestão e de que forma será exercido? Para que entidade vão os atuais funcionários trabalhar?
Condomínio e Lar: não é por ser uma IPSS que os padrões de qualidade devem ficar aquém dos melhores serviços privados. Aliás, o facto ser uma IPSS permite alavancar uma vantagem perante a oferta privada. Se a qualidade dos serviços e cuidados prestados continuar a cair, em breve deixará de ser rentável e começar-se-á a falar em procurar também uma entidade para os gerir, à imagem do que aconteceu com a Casa de Saúde.
O futuro: nas atuais instalações da Casa de Saúde e depois da mudança para o novo edifício vamos aumentar a oferta de cuidados continuados, focando essa área como uma das principais actividades.
O voluntariado, através da criação de um grupo, tem de passar a fazer parte da vida da instituição.
Um olhar especial para os mutualistas: são o propósito da associação, logo devem ter um tratamento preferencial perante os restantes utentes.
Questões laterais: pela primeira vez na história do Montepio apresenta-se a eleições uma lista (da atual administração) sem senhoras. Uma ofensa para com a patrona da associação: Rainha D. Leonor.
O mote dessa mesma lista é modernizar… mas não tiveram tempo para o fazer nos últimos quatro anos?
Gerir é, sem dúvida, responder aos desafios do futuro… e nem sempre o que é parece…ao contrário do que querem fazer parecer. Nestas eleições está em causa o futuro do Montepio e existe o sério risco de, caso a lista A vença as eleições, assistirmos a uma captura de todos os órgãos sociais do Montepio por parte de um partido político numa espécie de geringonça caldense. Forma-se uma tempestade perfeita rumo ao desastre. Cabe aos associados decidirem.
Da nossa parte, apenas podemos prometer trabalho aliado ao conhecimento, pois muitas das vezes, pode-se trabalhar muito e dedicar imenso tempo a uma tarefa, mas se não houver o “know-how” necessário, as coisas não acontecem. Aquilo em que mais acreditamos é na força das ideias e na determinação das pessoas
Nas nossas vidas, aqueles que já nos conhecem sabem que vamos pelo trabalho.
Quanto ao Montepio, como ensinou Agostinho da Silva, “é pelo sonho que vamos”.
Pelo Montepio, Lista B
Paulo Ribeiro
Candidato a vogal do Conselho de Administração
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