Têm um predomínio pelo sexo feminino e uma importância social não desprezível por contribuírem para uma diminuição marcada da auto estima e comportamento anti social em muitas doentes.
Devem, por isso, ser sempre tratadas. Preferencialmente, este tratamento deve-se realizar durante os meses mais frios (com menos exposição solar) não só para prevenir os sintomas estivais mas também para obter melhores resultados estéticos nas diferentes técnicas terapêuticas utilizadas e adaptadas ao grau de desenvolvimento da patologia apresentado por cada um.
O princípio básico do tratamento deste quadro clínico é, resumidamente, evitar a passagem de sangue, em fase de retorno cardíaco, por estes vasos que se encontram incapazes de realizar essa função. As veias varicosas, ao se dilatarem, perdem a competência valvular que lhes permite conduzir o sangue de volta ao coração muitas vezes contra a gravidade. Assim, em vez de cumprirem a sua função, passam a servir de reservatório volémico periférico com todas as consequências imagináveis: aumento do peso dos membros, aumento do volume, dor incómoda, aversão ao calor, entre outras. A estase venosa leva à degradação periférica dos globos vermelhos com depósitos de ferro nos tecidos (cor acastanhada), reação inflamatória local e, posteriormente, por má oxigenação/alimentação dos tecidos, o aparecimento de alterações tróficas da pele que podem culminar em úlceras maleolares de difícil tratamento.
Esta estase abre caminho à possibilidade de tromboflebites (ou varicoflebites) que além de muito incómodas nas fases iniciais, podem originar complicações mais graves como as tromboses venosas profundas e embolias pulmonares (potencialmente letais).
A observação clínica inicial com a comprovação do estado da insuficiência pela realização ecodoppler venoso é um passo fundamental que permite programar toda a sequência de tratamentos necessários ao controlo desta patologia crónica.
Consoante o estádio da doença, assim será escolhido o tratamento mais adequado que poderá ir desde as simples medidas de aconselhamento gerais, à escleroterapia ambulatória ou às diferentes técnicas cirúrgicas.
A cirurgia é atualmente um tratamento minimamente invasivo realizado preferencialmente em regime ambulatório que implica uma estadia hospitalar de apenas meia dúzia de horas. Além da resposta personalizada aos doentes que recorrem diretamente ao Hospital CUF Torres Vedras, podem ser operados doentes com vale-cirurgia atribuído pelos hospitais públicos, permitindo reduzir o tempo de espera de cirurgia sem qualquer custo adicional.
Existem várias técnicas recentes mas perfeitamente seguras e com provas dadas que utilizam o calor (termoablação) para o tratamento das veias insuficientes. Podem ser realizadas por Radiofrequência (RF), Laser ou Vapor de Água a solo ou com a junção da remoção dos colaterais insuficientes por micro incisões. A recuperação total é breve, raramente ultrapassando uma semana para total capacidade laboral.
Todas estas técnicas são passíveis de ser realizadas nas diferentes unidades CUF, mesmo em tempos de pandemia. Esta questão da pandemia é relevante, pois importa alertar as pessoas que o receio da Covid-19 não pode ser motivo para adiar uma consulta, realização de exames ou tratamentos. Por exemplo, da minha experiência, posso partilhar que os cuidados especiais das diferentes equipas da CUF têm no seguimento dos protocolos e circuitos de segurança associadas a um primoroso controlo dos riscos pandémicos atuais levam a que os doentes por nós tratados se sintam seguros.
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