Liberdade? Sim, somos muito gratos pelo que os portugueses conquistaram e temos imensa sorte em viver num “país livre”. Esta seria a resposta de um número significativo de pessoas.
Mas será que somos assim tão livres? Tão livres quanto desejávamos? Tão livres quanto nos fazem pensar que somos? Eu diria que não.
Estamos numa fase da humanidade em que ser livre não significa só podermos estudar, podermos votar, podermos sair de casa porque nos apetece. Como é que é suposto alguém sentir-se livre ao ser gozado ou julgado por usar uma mala que tanto gosta, por exemplo? Eu não me sentiria.
Como é que esperam que um homossexual que tem um estilo diferente ou mais feminino se sinta bem se ouvir um comentário homofóbico sobre o seu visual que tão confiantemente usava?
Bastou apenas um comentário para nunca mais usar aquela roupa que tanto queria puder usar.
Já viram como um comentário ou apenas um olhar negativo e completamente desnecessário consegue tirar o sentido de liberdade de alguém? Liberdade é muito mais do que “poder fazer algo”, liberdade é sentirmo-nos bem em poder fazer o que gostamos, livremente, sem que alguém fale sobre, sem que alguém nos julgue por fazermos o que gostamos, e que é socialmente e juridicamente aceitável.
Temos de crescer. Temos que, de uma vez por todas, perceber que somos todos diferentes, o que é excelente, e que graças a Deus vivemos num país livre! Quão grave é, num país livre, não viver numa sociedade livre?!
Temos de dedicar tempo a pensar mais em nós, e menos nos outros. Deixarmos cada um decidir a sua vida tal como tem que ser. Parar de achar que temos o direito de opinar sobre as decisões dos outros… bem, se calhar até temos, pois podemos achar e pensar o que quisermos, e aí entra o tal senso comum. Partilhem ideias de uma maneira não ofensiva, não maldosa e não invasora, pois a nossa liberdade acaba quando começa a do outro. Sejamos mais tolerantes.
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