Vem isto a propósito de uma conferência de imprensa havida há duas semanas, organizada pela lista B, candidata aos órgãos sociais do Montepio Geral, em que 3/4 do tempo foram ocupados criticando ou menosprezando o trabalho do atual Conselho de Administração e o que a lista A propõe, na sua candidatura, apesar de alguns dos projetos em desenvolvimento terem sido também, pensados e decididos, por algumas das pessoas agora mentores da lista B, mas que agora renegam.
Todos sabemos pela prática partidária que em período eleitoral se afirmam coisas, se fazem leituras, se lançam injúrias, e que não raramente correspondem a decisões corajosas – o que não implica que sejam verdadeiras – muitas vezes, mais tarde incompreendidas, até pelos próprios.
Mas tal deveria, no mínimo, e em consciência, levar a que uma candidatura não se apresentasse a eleições apenas para lançar críticas, sem ter um projeto sustentável, que permitisse ao associado, perceber as diferenças entre as listas candidatas e escolher entre alternativas de projetos e não só de pessoas. Neste caso parece-me injusto e mesmo destrutivo das regras básicas da democracia e das instituições, em prejuízo daqueles a quem se pretende vir a servir – em primeiro lugar: os associados do Montepio.
Gerir, implica decidir, excluir e tomar decisões nem sempre consensuais, mas para tal é importante apresentar projetos concretos, coerentes, realizáveis e compreensíveis ao entendimento dos eleitores, neste caso aos associados do Montepio.
Não me parece razoável concorrer na base dos “sócios é que decidem” pressuposto válido para todas as decisões estratégicas do Montepio, com qualquer direção; acontece que os sócios não são diretamente responsáveis pela gestão, pela preparação dos projetos e inclusivamente pelas negociações e estudo dos enquadramentos legais, de cada solução apresentada aos sócios. Naturalmente são os sócios que decidem! Mas é obrigação dos órgãos sociais no seu conjunto, fazerem o seu trabalho previamente às Assembleias onde apresentam os projetos de ideias que julgam melhores para o interesse coletivo e a Instituição.
Conheço bem alguns dos candidatos que fazem parte da lista B e tenho alguma dificuldade em os reconhecer como parte dum projeto tão inócuo em ações e projetos, onde não vislumbrei uma ideia condutora para os destinos do Montepio para os próximos anos. Sei que cada um, individualmente e como ser humano, tem muito mais valor! Na verdade, todos nos conhecemos direta ou indiretamente e por isso admito que pensamento idêntico possam outros ter sobre mim. Mas a candidatura não é de cada um deles, individualmente, mas sim, de um grupo de pessoas, que deviam ter uma unidade de ideias e de ação.
Servir, orgulha-nos, não é ímpio, todos somos humanos nascidos para socializar, vencer, e, treinados para combater as contrariedades e as agruras da vida. Mas se procuramos o orgulho no final, é preciso que aceitemos os meios que lhe são inerentes, o trabalho, que nos é exigido, que se impõe, que é inevitável, porque apenas quando revelamos o trabalho a que nos propomos, em consciência dos que tem o poder de votar, é que podemos ser escolhidos ou excluídos, por aqueles a quem pretendemos vir a servir.
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