Classificada como património nacional, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pópulo está a ser objeto de uma “intervenção profunda ao nível da requalificação do exterior do edificado, bem como ao nível do restauro e conservação do seu património artístico e móvel”, disse o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira.
O restauro da Igreja está a ser feito no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários do Portugal 2020, que o Município das Caldas se candidatou, tendo como objetivo principal, preservar e proteger o ambiente e promover a eficiência energética.
A obra tem um valor de cerca de 430 mil euros da requalificação do edifício e cerca de 70 mil do restauro do órgão. Tem um apoio financeiro da União Europeia de cerca de 370 mil euros e o restante será pago pela Câmara das Caldas. “Achámos que era muito importante esta obra e decidimos assumir esta responsabilidade”, afirmou o autarca.
As obras, pela sua particularidade, careceram de parecer da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). “Foram feitos estudos arqueológicos”, revelou o presidente, sentindo-se “orgulhoso da requalificação do monumento que está na raiz dos caldenses e genes da nossa identidade”. “É o único monumento classificado como património nacional que temos no concelho das Caldas da Rainha”, acrescentou.
Tinta Ferreira disse que logo terminadas as obras a Igreja do Pópulo voltará a ter missas, casamentos e batizados.
A empresa que ganhou o concurso e está a fazer o restauro é a AOF – Augusto de Oliveira Ferreira & Companhia Lda.
A técnica de conservação e restauro declarou que a intervenção está a ocorrer sobre todo o interior e exterior da igreja. “Temos aqui uma série de áreas para intervencionar como o revestimento azular, cantarias, retábulo em talha dourada, entre outros”, explicou Rita Pimenta. “Estamos a remover os azulejos que estavam em risco de queda, tratamo-los em ateliê e depois reassentamo-los na parede”, referiu a responsável, acrescentando que “todos são reaproveitados”.
“Verificámos que existem ainda vestígios de uma campanha decorativa de pintura moral anterior aos azulejos que são do século XVII.
A pia da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo será objeto de estudo. “É um dos objetos que já foi intervencionado no passado e apresenta patologias graves e vamos continuar a sua linha de estudo de forma a tentarmos minimizar as patologias”, apontou. A técnica de conservação e restauro adiantou que ainda é “muito prematura dizer que irá ser feita uma réplica da pia, uma vez que é uma situação limite com um objetivo funcional que tem que ser discutido mais à frente”.
No exterior vão intervencionar todos os revestimentos, todas as cantarias e o sistema de cobertura.
Rita Pimenta disse que é uma igreja já com “um longo registo de intervenções, mas alguns materiais vão-se degradando e aquilo que estamos aqui a fazer é justamente avaliar para corrigir essas patologias”, adiantou.
A empreitada arrancou em janeiro de 2021 e os trabalhos vão ser realizados ao longo de oito meses.
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