Q

Previsão do tempo

14° C
  • Friday 20° C
  • Saturday 20° C
  • Sunday 24° C
15° C
  • Friday 21° C
  • Saturday 20° C
  • Sunday 24° C
15° C
  • Friday 21° C
  • Saturday 22° C
  • Sunday 25° C
Histórias do Termalismo

4. Águas da Serra do Bouro

Jorge Mangorrinha

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
As águas minerais naturais e de nascente são recursos do domínio público do Estado. O seu engarrafamento faz-se na proximidade dos aquíferos, com a preservação das características originais da água.

A propósito, no início do século XX, distando sete quilómetros das Caldas da Rainha, a freguesia da Serra do Bouro possuía potencial paisagístico e estava dotada de equipamentos comerciais e de alojamento, segundo as memórias descritivas da época, esperando-se pela conclusão da estrada de ligação à estação ferroviária de Bouro, que se situa a três quilómetros.

Nos anos de 1914 e 1915, três interessados requereram, sucessivamente, licença para exploração das três nascentes da Serra do Bouro, nos limites do lugar denominado de Zambujeiro: José da Costa, João Manuel Camelo e Delfim de Almeida. Duas das nascentes brotavam em terrenos de vinha pertencentes, respetivamente, a José da Costa e a António Pedrosa, no lugar do Bacalhau, nos limites de Zambujeiro. A terceira nascente brotava também em Zambujeiro, em terreno pertencente a José Antunes.

O primeiro requerente pediu a concessão para a exploração das nascentes situadas no seu terreno e outras que com ele confinam. Os segundo e terceiro requerentes pediram a concessão da exploração das três nascentes. As propostas são instruídas com a análise às águas, efetuada em 1914 pelo químico Carlos von Bonhorst, e um projeto de abrigo de planta circular e de cobertura abobadada, de desenho cuidado, pouco comum para este tipo de equipamento. Em conformidade com um parecer da Procuradoria Geral da República, o Conselho Superior de Minas, em 1916, deu o seu parecer favorável à concessão de licença para exploração das nascentes a favor de José da Costa. Os outros interessados levaram recurso deste alvará para o Supremo Administrativo, em 1920, mas nenhum dos três requerentes se encontrava dentro dos termos legais exigidos. Em 1923, ainda são indeferidos requerimentos de João Camelo e Delfim de Almeida, que não tiveram aceitação por parte das autoridades (Diário do Governo n.º 53, II série, de 6 de março de 1923).

Em 1924, o químico francês Charles Lepierre fez a única análise completa destas águas. Na época, os terrenos em redor da Serra do Bouro eram providos de muitas nascentes, que revelavam a existência de grandes massas de água acima dos pontos onde afloravam e que, geologicamente, davam a garantia da permanência das nascentes. Porém, esta concessão seria declarada abandonada, em 1937, por Despacho Ministerial de 20 de março, apesar de continuarem a ser usadas pela população residente, em ingestão, podendo com ela fazer-se clisteres, já que era vendida em garrafões nas farmácias das Caldas da Rainha, designadamente nas de Custódio Maldonado Freitas.

Estas águas eram recomendadas para obstipações intestinais, litíase renal e dermatoses.

No local, ainda até há pouco tempo, viam-se os restos de uma construção: o espaço interior dividia-se em três planos; na parte mais alta, encontrava-se o “poço” (um grande depósito de água onde deveriam convergir as três nascentes); uma escada conduzia a um plano intermédio onde, a ladear todo o espaço, existia uma bancada em pedra; daqui descia-se às bicas de engarrafamento, por uma escada de três degraus.

Mas quase tudo se perdeu, talvez a água ainda por lá corra e motive a atual geração de caldenses a retomar o seu estudo e uma eventual utilização. A ver vamos!

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Empate com o Amora mantém o Caldas em segundo lugar

Amora FC e Caldas SC disputaram no passado sábado, no estádio da Medideira, uma partida a contar para a jornada 8 que terminou com igualdade a uma bola. Com este resultado, o Caldas soma 18 pontos e mantém-se em segundo lugar, mantendo tudo em aberto para as últimas duas jornadas na Série 2 de manutenção na Liga 3.

caldas2

Rampa Foz do Arelho

O cenário deslumbrante da Foz do Arelho, no último domingo de abril (dia 28), vai ser palco de uma das mais tradicionais provas de Regularidade Sport Plus de Rampa, que integra o calendário da Series by NDML, organizada pelo Núcleo Desportos Motorizados de Leiria.

rampa

Apresentado livro “Doce Viagem”

A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), no âmbito do Festival “Latitudes – Literatura e Viajantes”, organizado pela Câmara Municipal de Óbidos, realizou no dia 12 de abril uma sessão de apresentação e lançamento do livro “Doce Viagem – Um roteiro dos doces de Natal na América Latina”, um projeto que resultou de uma parceria entre a Casa da América Latina (CAL) e a EHTO.

doce