“Em cinco anos, o Oeste propõe-se a “ativar e capacitar a comunidade moageira da região, envolvendo-a num processo de cidadania participativa que permita dar continuidade e nova vida aos icónicos moinhos de vento” garantindo “a sua transmissão intergeracional” e conferindo-lhes novos usos no respeito pelos valores da identidade e da sustentabilidade”, diz o documento, a que o JORNAL DAS CALDAS teve acesso.
Visando a preservação dos moinhos, o plano estabelece como meta que, num horizonte de um ano, nenhum moinho seja destruído e que, durante 18 meses, 12 moleiros e 36 aprendizes sejam envolvidos em processos de transmissão intergeracional de saberes. Prevê ainda a criação, num prazo de seis meses, de uma Unidade de Missão “Oeste, Moinhos com Futuro”.
Para além das dimensões de preservação física fundamental e da sua exibição museal, pretende-se valorizar os moinhos, criando valor (social, cultural e económico). O plano define como meta a realização de ações em, pelo menos, 12 moinhos de vento, isolados ou em núcleos moageiros, bem como a identificação de casos de boas práticas e soluções inovadoras, num levantamento que decorrerá ao longo de um ano e que será atualizado a cada cinco anos.
“O Oeste concentra o maior número de moinhos de vento no nosso país”
No que concerne à valorização (social, cultural e económica) dos moinhos, o plano define como meta a realização de ações em, pelo menos, 12 moinhos de vento, isolados ou em núcleos moageiros, bem como a identificação de casos de boas práticas e soluções inovadoras, num levantamento que decorrerá ao longo de um ano e que será atualizado a cada cinco anos.
Segundo o documento, o Oeste concentra “o maior número de moinhos de vento prevalentes no nosso país, seja em funcionamento, seja inativos, com condições razoáveis de preservação”.
A ocorrência de um número tão elevado de moinhos de vento não tem paralelo no continente português (876 moinhos numa concentração de 0,39 m/Km2). A esta escala apenas se lhe compara uma outra mancha, na Lisboa da segunda metade do séc. XVIII (368 moinhos numa concentração de 0,87 m/Km2), formada por uma cintura moageira pré-industrial que sucumbiu à modernização industrial e à evolução do mercado ao longo do séc. XIX.
Ao mesmo tempo, paralelamente, “a capacidade moageira do Oeste cresceu fortemente e prevaleceu a todas as transformações económicas, tecnológicas e sociais do séc. XX”, pode ler-se no documento, que considera os moinhos um “importante ativo patrimonial entre os valores culturais endógenos com maior potencial para o desenvolvimento sustentável do território”.
O estudo aponta ainda um padrão de concentração dos moinhos de vento nas zonas de maior altitude, desde o Maciço Calcário até Mafra/Sintra, o que inclui toda a Serra de Montejunto, e junto ao litoral pela elevada exposição aos ventos.
Os moinhos estão dispersos ao longo de todo o território de uma forma generalizada, exceto na zona sudoeste da Lagoa de Óbidos e na zona de transição entre o litoral e a Serra de Montejunto, onde se verificam menos ocorrências.
Assim, diz o plano que a utilização dos “moinhos de vento do Oeste consiste na indústria alimentar de moagem, na cultura e educação através da sua musealização e/ou funções lúdico-pedagógicas, no imobiliário através da reconversão das torres, por vezes motivando remoção dos engenhos e descaraterização dos moinhos e paisagem e, finalmente, no turismo através das atividades de animação turística e de alguma oferta de alojamentos”.
A par com este plano de salvaguarda, a ação “Oeste, Moinhos com Futuro” integra ainda outras iniciativas, entre as quais a submissão à Direção Geral do Património Cultural de várias candidaturas visando a classificação de moinhos dos 12 concelhos do Oeste como património nacional, admitindo a OesteCim avançar, no futuro, com uma candidatura à Unesco.
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