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Avaria no frigorífico

78 vacinas contra a Covid-19 inutilizadas no hospital das Caldas

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

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Uma anomalia no sistema de frio usado para acondicionar as vacinas contra a Covid-19 que iam ser administradas aos profissionais da ‘linha da frente’ no combate à pandemia da unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estragou 78 doses, que ficaram inutilizadas.
Foi deliberada a abertura de um processo de inquérito para apurar o que se passou

O conselho de administração do CHO revelou ao JORNAL DAS CALDAS que “no dia 19 de fevereiro, após se ter detetado um registo anormal de temperatura no interior do equipamento de frio usado para acondicionar vacinas, por aparente avaria do frigorífico, foi inevitável a inutilização de 13 frascos de vacinas contra a Covid-19”.

A administração não avançou mais pormenores, anunciando que “foi deliberada a abertura de um processo de inquérito para averiguar o sucedido”.

Tratar-se-ia da segunda dose da vacina Pfizer/BioNTech que iria ser administrada aos profissionais que estão diretamente envolvidos na prestação de cuidados aos doentes, depois da vacinação da primeira dose, que se iniciou em finais de dezembro e se prolongou durante o mês de janeiro.

Fontes contactadas pelo JORNAL DAS CALDAS indicaram que quatro dias depois do sucedido, no dia 23 de fevereiro, os profissionais receberam a segunda dose, após diligências da administração para colmatar a lacuna, que tinha provocado grande preocupação.

Segundo a administração hospitalar, no total das três unidades do CHO (Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras) foram vacinados até à semana passada 1482 profissionais, dos quais 1152 com a vacinação completa e 330 com a primeira dose, num universo de 1700 trabalhadores considerados no processo de vacinação.

Imunidade depende da refrigeração

O poder imunológico das vacinas depende do seu processo de armazenamento, conservação, manuseamento, distribuição e transporte, o qual deve ter as condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório onde são produzidas, até ao preciso momento em que a vacina é administrada. O objetivo da rede de frio é assegurar que mantenham as suas caraterísticas iniciais, sendo qualquer perda de potência das vacinas irreversível.

Existe um manual da rede de frio disponibilizado pelo Ministério da Saúde, que pormenoriza todos os procedimentos que devem ser tidos em conta para um bom funcionamento. Manuseamentos impróprios, equipamentos defeituosos ou a falta de energia elétrica podem interromper o processo de refrigeração, comprometendo assim a eficácia das vacinas e levando a que não sejam aplicadas. Em cada local deve ser nomeado um responsável pela rede de frio, a quem compete verificar a temperatura dos frigoríficos.

O armazenamento até seis meses da vacina da Pfizer/BioNTech requer temperaturas muito baixas, exigindo frigoríficos específicos, entre 80 e 60 graus negativos

A vacina tem vindo de Lisboa, sendo descongelada e administrada em cinco dias.

Outros casos

A inutilização de vacinas contra a Covid-19 não é inédita em Portugal. Cerca de 600 vacinas não puderam ser usadas devido a uma “utilização inadequada dos sistemas de refrigeração da farmácia” no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que inclui os hospitais de Penafiel e Amarante.

Foi também ali ordenada pelo conselho de administração a abertura de um processo de inquérito, “para apuramento detalhado do sucedido e das respetivas responsabilidades”.

O problema ocorreu com 113 frascos (cada um daria para cinco ou seis vacinas), tendo sido realizadas diligências de forma a que fossem repostas rapidamente as vacinas inutilizadas.

No estrangeiro, nos Estados Unidos da América, um profissional de saúde destruiu mais de 1100 doses da vacina da Pfizer/BioNTech depois de ter desligado acidentalmente a arca frigorífica onde as mesmas se encontravam armazenadas.

A falha na conservação das doses foi denunciada por funcionários da área de saúde do condado de Palm Beach, na Flórida, durante uma operação de “verificação de garantia de qualidade”.

As doses foram posteriormente inutilizadas, uma vez que a vacina das farmacêuticas Pfizer/BioNTech necessita de uma temperatura de armazenamento de 80 a 60 graus negativos, podendo ser mantidas até seis meses, ou até apenas cinco dias, entre os 2 e os 8 graus – um tipo de refrigeração comum nos hospitais – estragando-se depois disso. Ao todo foram desperdiçados 232 frascos.

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou entretanto o armazenamento e transporte da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e a parceira alemã BioNTech em temperaturas de congelador padrão por até duas semanas, em vez de instalações ultrafrias, o que ajudará a aliviar a carga de aquisição de equipamentos de armazenamento ultrabaixo para locais de vacinação.

A FDA permitiu que as ampolas de vacina sejam armazenadas entre 25 e 15 graus negativos, a temperatura dos congeladores médicos comuns, até duas semanas.

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