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Lidar com a morte e solidão em período de distanciamento social

Marlene Sousa

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Com a pandemia de Covid-19 a continuar a atingir-nos, “todos enfrentamos a possibilidade de perder um familiar ou amigo”. Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, Gonçalo Matos, médico psiquiatra, no consultório C. Rainha: “Porta Sul”, vincou que “o luto é sempre um processo difícil, mas a pandemia pode torná-lo particularmente doloroso”.
Gonçalo Matos, médico psiquiatra, defende que, respeitando o distanciamento social, devemos manter as rotinas

“Tratando-se de uma doença aguda, a morte tende a ser inesperada, não dando tempo para nos prepararmos psicologicamente. Nos momentos finais, se conseguirmos despedir-nos, podemos ter de o fazer à distância. Inclusive, a proximidade e o apoio dos outros numa cerimónia religiosa poderá apresentar limitações”, refere o psiquiatra.

Segundo Gonçalo Matos, após a perda, “sentimo-nos tristes e pensamos no nosso ente querido e em como morreu”. Sublinha que “por vezes colocamos questões, imaginando que podíamos ter evitado o desfecho trágico se tivéssemos feito algo diferente”, considerando “importante preservar o sentimento e a memória de quem perdemos e darmos tempo a nós próprios”.

Neste período de distanciamento social, “podemos ver-nos confrontados com sentimentos de solidão que afetam o nosso bem-estar. Particularmente vulneráveis, as faixas etárias mais elevadas merecem especial atenção. São também as mais atingidas pela doença Covid”, salientou.

Dependendo da perceção pessoal, Gonçalo Matos relata que “é possível desenvolvermos receios responsáveis por um stress diário acrescido. O medo de ser infetado, o medo do impacto socioeconómico, entre outros”.

Por sua vez, devido ao aumento do número de contágios e às sucessivas “vagas” da pandemia, de acordo com este responsável “é cada vez mais provável que nós próprios ou alguém que conhecemos possa encontrar-se na situação de, inadvertidamente, ter infetado um familiar ou amigo”. “Isto não obstante termos cumprido com todas as precauções adequadas”, realçou. Neste contexto, o psiquiatra diz que “podemos sentir-nos culpados, mas a verdade é que, em muitos casos, as pessoas desconhecem que são portadoras do vírus, além de que é impossível prever como este vai afetar a saúde de cada pessoa”.

Seja qual for a situação, respeitando o distanciamento social, o profissional de saúde defende que “devemos cuidar de nós e manter as nossas rotinas”. “Realizar atividade física, assim como os nossos hobbies. Partilhar com os outros e ter o seu apoio, por telefone ou internet, na família ou com amigos e nos contextos mais diversos. Evitar estratégias não adaptativas como o uso de álcool ou drogas”, apontou.

“E se desenvolvermos sintomas como ansiedade, alterações do sono, do apetite e do humor, devemos comunicá-los aos profissionais de saúde”, alertou.

Numa situação difícil e imprevisível como a da pandemia, “geradora de stress emocional, problemas familiares, económicos e sociais, o papel de todos é imprescindível”, referiu, reconhecendo o papel dos profissionais de saúde que se encontram na “linha da frente” da assistência aos doentes Covid.

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