À semelhança do que já acontece em outros municípios, a autarquia caldense ponderou a possibilidade de criar condições para ter uma equipa de funcionários do município que “pudessem realizar algumas das tarefas orientadas pela Autoridade Nacional de Saúde, de modo a ajudar a reforçar a capacidade de rastreio da saúde pública local”, explicou o presidente da Câmara Municipal, Tinta Ferreira. Nesse sentido, a autarquia cedeu as instalações da Galeria Municipal Osíris, situada no edifício dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha, para o funcionamento diário deste centro de apoio, que nesta primeira fase conta com seis profissionais, que completam o que faz a Unidade de Saúde Pública e trabalham para acelerar a realização de inquéritos epidemiológicos.
O autarca também explicou que oito funcionários municipais receberam formação especializada para a realização destes rastreios de contactos, fulcrais para identificar e interromper cadeias de transmissão do vírus, sendo que numa primeira fase apenas seis pessoas com equipamentos também disponibilizados pela autarquia estarão em permanência a trabalhar no local. Numa segunda fase, o gabinete terá apenas quatro pessoas em permanência.
Este trabalho, que está a ser articulado com a Saúde Pública do concelho, a quem cabe a coordenação e orientação, vai permitir, por um lado, acelerar a realização de inquéritos epidemiológicos e, por outro, reforçar a resposta no rastreio de contactos de doentes com Covid-19 e o seguimento de pessoas em vigilância ativa. “Estas serão as principais missões desta equipa”, apontou o autarca, adiantando que vai durar enquanto a dimensão da pandemia “for de tal ordem, que não haja capacidade por parte da Autoridade de Saúde fazer o que fazia”.
“A grande razão da transmissão agora é a negligência”
O reforço da saúde pública nesta área de intervenção advém da necessidade de dar uma resposta mais célere e ativa em termos de comunicação e, em simultâneo, pela crescente pressão que o concelho tem vindo a registar em termos de casos ativos de infeção por Covid-19.
“Durante muito tempo tivemos a situação controlável, mas dado a transmissão e a situação que estamos atualmente, com número de casos muito grande, as Unidades de Saúde Pública não têm conseguido dar resposta atempada a muitos casos”, sublinhou Cristina Pecante, da Autoridade de Saúde, adiantando que “a grande razão da transmissão agora é a negligência e desvalorização da doença”.
Por telefone e correio eletrónico, esta equipa vai procurar reconstituir o período de 48h horas anterior ao início dos sintomas ou à realização do teste, para determinar o isolamento dos contactos de alto risco e cortar a cadeia de transmissão, mas “cada caso é um caso, e terá de ser avaliado”, frisou a responsável da Autoridade de Saúde.
Deslocações de profissionais de saúde entre as unidades hospitalares
Além desta iniciativa, o município, em colaboração com União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório ajuda diariamente o Centro Hospitalar do Oeste nas deslocações de profissionais de saúde entre as unidades hospitalares. “Em resposta à solicitação do hospital, a autarquia também começou a transportar diariamente oito médicos de Caldas da Rainha para Peniche, uma vez que a medicina interna vai sair das Caldas para Peniche temporariamente para haver mais espaço para área Covid”, adiantou Tinta Ferreira, esclarecendo que o autocarro parte todos os dias úteis às 08h30, e depois regressará ao fim da tarde.
Nesse sentido, “temos sido muito proativos nesta matéria, quer no apoio aos lares, quer na tentativa de arranjar recursos humanos e apoios técnicos e financeiros”, e como tal, “estamos disponíveis para continuar ajudar e colaborar com iniciativas nesta área”, apontou o autarca.
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