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Sapateiros e rabecões

Francisco Martins da Silva

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É conhecida a anedota daquele vaidoso simplório que, à falta de melhor, ostentava no cartão de visita — “Ex-passageiro de 1ª classe do paquete Uíge”. Na nossa classe política abundam estes pascácios, mas mais perigosos e nocivos. E embaraçosos.
Francisco Martins da Silva

Pode o sapateiro tocar rabecão? Pode, claro. Apenas se exige que, a bem da paciência e saúde auditiva do próximo, frequente primeiro uma escola de rabecão.

Ora, escola e estudo é que são o diabo para os tais políticos toleirões. Para esses, é mesmo uma pena que a passagem pelas “jotas” não seja reconhecida por Bolonha. O ideal até seria que, logo à nascença, lhes fosse atribuído um doutoramento por equivalência antecipada às previsíveis proezas políticas em prol dos familiares e amigos, e não se falava mais nisso. Mas como a ascensão meteórica destes políticos, carburada a nepotismo e cunhas, não se compagina com o esforço e o tempo de licenciaturas e doutoramentos, vêem-se frequentemente na emergência de improvisar a declaração dos canudos. Mesmo depois do facilitador (ou facilitista) Processo de Bolonha, tendo as licenciaturas passado de cinco anos para apenas três e os mestrados de três para dois anos, estudar e obter honestamente um diploma continua a ser impensável para estes arrivistas. Desde Sócrates e Relvas, a Nuno Félix ou José Guerra, entre outros, os falsos diplomas tornaram-se uma indústria. Ainda recentemente, a Polícia Judiciária prendeu dois indivíduos por falsificação e venda de certificados de habilitações literárias. Até na escola da PSP, dois formandos foram expulsos por terem forjado os atestados escolares.

Esta obsessão pelos títulos académicos falsos é sintoma de esperteza saloia (ou estupidez arrogante que pressupõe que todos os outros são parvos), desonestidade congénita e ridículo provincianismo.

Mas o problema é que o país fica desacreditado e nós cobertos de vergonha, quando gente desta nos governa ou representa.

Outro aspecto a considerar com apreensão é a banalização ao mais alto nível do menosprezo pela escola, pela erudição e respectivas certificações. O mau exemplo destes políticos cauciona a rejeição popular do saber profissional e das hierarquias assentes no conhecimento. E como pode alguma vez esta estirpe de políticos ter consideração pelo sistema de ensino ou pela classe docente?

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