Esse recinto, devido aos castigos impostos pelas tais “atrações”, ficou demasiadamente degradado, tanto que os seus próprios meios de regeneração não foram ativados. Obviamente, a recuperação desse pulmão verde permitirá que caldenses e turistas usufruam de um meio ambiente com condições de lhes oferecer uma alta fasquia no quesito qualidade de vida.
A natureza, reconhecendo os problemas, e o histórico dos mesmos, como não voltou a ser maltratada desde a data acima descrita, iniciou todo um importante processo de reabilitação. Embora seja um procedimento lento, é eficaz. A maior beneficiada, além da população, é a pegada ecológica de todo o concelho, que fica em patamares muito interessantes de neutralidade carbónica.
A intervenção da União de Freguesias (ou da Câmara Municipal), neste momento, no trato do solo, deve ser mínima, mas tem de existir, por exemplo no plantio de espécies que venham enriquecer a própria terra, e que organicamente tenham relação com o bioma de todo aquele recinto.
Essa adição visceral, fornecendo boa matéria biológica, poderá melhorar ainda mais todo aquele solo (um dos “produtos” oferecidos pelas espécies são as suas folhas. Ao permitirmos a sua integração à terra, esta, genuinamente sairá fortalecida graças aos nutrientes, benéficos ao desenvolvimento de qualquer espécie vegetal, que possuem).
Como é do conhecimento dos jardineiros, e dos biólogos, o início da temporada de chuvas é o momento certo para que seja realizado o plantio de novas espécies. O que, no Parque D. Carlos I, não tem ocorrido com a intensidade desejada.
Talvez a Câmara Municipal necessite de uma reavaliação da sua política de ambiente e desenvolvimento sustentável. Ordenar o território verde do Parque D. Carlos I, de um modo que seja possível evitar a contaminação do seu solo devido à má utilização do mesmo aquando da realização de eventos prejudiciais, que só aumentam o passivo ambiental do concelho, seria um começo.
Como esse recinto é um dos pulmões da região a sua degradação será a acendalha de latentes riscos para a saúde pública e para diversos ecossistemas. O que não pode voltar a acontecer.
Aproveitando este momento, em que a natureza está a trabalhar afincadamente no recobro de toda aquela área, deveria a Câmara Municipal das Caldas da Rainha apreciar, com minúcia, a Proposta da Dra. Isabel Alves Pinto – apresentada no dia 28 de setembro de 2020, na reunião da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias das Caldas da Rainha – N. S. do Pópulo, Coto e São Gregório – de Candidatar o Parque D. Carlos I, o Museu José Malhoa e a Casa dos Barcos (Pavilhão Rainha D. Leonor), com extensão à área envolvente onde se inclui, nomeadamente, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, o Hospital Termal e a Mata Rainha D. Leonor, a Património Mundial (material e imaterial) da Humanidade, da UNESCO.
Todas as propostas que, ecologicamente, venham beneficiar o concelho das Caldas da Rainha, evidentemente serão mais-valias para toda a região centro, quiçá para todo o território nacional. A que acabei de referir, aprovada por unanimidade por todos os deputados daquela Assembleia, é uma delas.
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