Os doentes que morreram tinham idades compreendidas entre os 74 e os 95 anos e “apresentavam pluripatologias”, ou seja, complicações de saúde que terão sido agravadas pelo coronavírus. “Essencialmente tem a ver com os doentes assintomáticos que vão aparecendo nas enfermarias não-Covid. São situações inesperadas, porque os doentes que são logo detetados como positivos são naturalmente internados nas áreas Covid”, declarou a administradora do CHO, Elsa Baião.
Segundo indicou, “foram testados os funcionários e os doentes dos serviços envolvidos, no total de 160 profissionais e 61 utentes”. Estão infetados nestes focos 34 doentes e 20 profissionais de saúde.
No hospital das Caldas da Rainha foi aberta uma nova enfermaria Covid com capacidade para treze camas para integrar alguns dos doentes dos dois surtos. O hospital de Peniche não dispõe de internamento nem urgência Covid, tendo os doentes sido transferidos para Caldas da Rainha.
Os profissionais de saúde infetados cumprem isolamento em domicílio, assim como quatro doentes cuja condição clínica lhes permite estar em casa.
“Agora temos de dar algum tempo para que haja a recuperação dos doentes e dos profissionais envolvidos, para que esta fase acalme”, afirmou a administradora do CHO, admitindo que “estamos numa fase em que nunca sabemos o dia de amanhã e a próxima hora”.
“Todos os serviços do hospital das Caldas da Rainha estão a funcionar, mesmo com constrangimentos, porque alguns tiveram de ser convertidos em enfermarias Covid e estamos a tentar encontrar soluções para a resposta respetiva”, adiantou.
O serviço de cirurgia do hospital das Caldas da Rainha é nesta fase o mais afetado e ocupa agora outro espaço. “A sua área foi invadida pela Covid e foi convertida, e estamos a tentar as alternativas possíveis para os doentes da área da cirurgia tenham uma resposta mais sustentada, uma vez que temos limitações na capacidade instalada, para que os cirurgiões possam operar mais e tenham mais camas disponíveis para depois internar os doentes operados”, relatou Elsa Baião.
“Temos um acréscimo relevante da capacidade instalada em termos de internamento Covid mas podemos vir a precisar de mais”, reconheceu.
Questionada se poderá voltar a contar com espaços disponibilizados pela Câmara, nomeadamente nos pavilhões desportivos, para acolher doentes, a administradora respondeu que essas soluções servem para “doentes com menos dependência e sem necessidade de cuidados agudos”.
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