O objetivo é desafiar os futuros chefes a representarem cozinhas de outras regiões e países para os combates gastronómicos, “onde é importante os cruzamentos e as ligações entre diversos mundos gastronómicos”, esclareceu o diretor da EHTO, Daniel Pinto. “Iniciativas destas preparam os alunos para pensar imaginativamente, expondo-os a uma infinidade de experiências culinárias”, adiantou.
Este foi o último combate de 2020. A iniciativa volta nas duas primeiras semanas de janeiro do próximo ano com mais duas batalhas gastronómicas, entre Alemanha e a Madeira e Trás-os-Montes versus França. Os alunos entram depois no final do primeiro semestre e a EHTO arranca em fevereiro com o segundo semestre deste ano letivo com grandes novidades que prometem explorar a relação entre cultura e a gastronomia.
Na chegada à escola, os clientes eram servidos com uma sangria acompanhada por uma tapa com tomate. Já sentados à mesa no restaurante pedagógico, foi servido pão com manteiga de laranja do Algarve e tapas variadas com gaspacho. O primeiro prato foi bife de atum à Algarvia seguido de uma paella mista.
Para a sobremesa, os alunos serviram tarte de alfarroba, curd de laranja e gelado de amêndoa. Um dos alunos do curso de Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas criou um cocktail final para o combate que foi feito com licor de amêndoa e limão.
Como convidada para este almoço e em representação do país vizinho, esteve Vanessa Cardoso Egrejas, natural de Espanha (Madrid) e professora de espanhol na EHTO e no Instituto Politécnico de Leiria.
Em castelhano revelou que foi uma batalha interessante e que os pratos “estavam muito equilibrados”. “A culinária portuguesa e espanhola têm muita coisa em comum. A cozinha mediterrânea é muito similar, mas clara com alguns sabores diferentes”, referiu.
Vanessa Cardoso, que vive nas Caldas já há alguns anos, salientou que “a Espanha e o Algarve sempre tiveram muito contato e as origens da cozinha acabam por ter muitos pontos em comum devido à influência árabe”.
A docente elogiou ainda o facto da escola fazer “esta ligação gastronómica com Espanha, porque tal como Portugal também o país espanhol é um paraíso para os amantes de comida”.
Vanessa Cardoso organiza todos os anos uma visita de estudo com os alunos à Feira Internacional de Turismo em Madrid. Em 2021, devido à pandemia, a feira foi adiada para maio.
O chef Luís Tarenta, que neste almoço esteve no papel de cliente, referiu que o projeto pretende sobretudo “realçar o produto”. “Os alunos terão que saber preparar um cocktail e fazer as confeções bem feitas, mas essencialmente a escola pretende que eles conheçam o produto, porque é a base do que nós vamos apresentar aos clientes”, contou.
O formador disse que já estão a preparar o segundo semestre e sem querer levantar o véu, garante que vai ligar as artes à gastronomia, com o foco na cozinha sustentável.
A aluna do curso de curso de Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas, Beatriz Fernandes, foi a responsável pela sala e decorou as mesas com uma peça de arte em vidro da autoria de Ana F. Silva, artesã de Peniche.
0 Comentários