A ética deveria ser, segundo o próprio autor, o motor de uma engrenagem muito bem afinada, onde as pessoas fossem a razão pela qual toda a estrutura política existe.
Na “Política” (dividido em oito livros), esse autor pretende examinar as estruturas governamentais, bem como os organismos existentes na sociedade, apropriados para confirmar a possibilidade de oferecer a todos os cidadãos uma vida plenamente feliz.
Demandar conhecimento como meio para a atuação é o mote aristotélico para o político oferecer bem-estar geral aos seus concidadãos.
A prática filosófica desse pensador regeu a intenção/ação da Europa a partir do século XII, e foi o início de um avanço espetacular no campo científico, baseado nas suas teorias, o que, em crescendo, ocasionou uma enormíssima revolução, nesse sector, no correr do século XVI.
Sem Ética, o político passa pelo “sistema” sem grafar uma marca, um ex-libris, que mude a vida das pessoas.
Com o passar do tempo, exatamente o que ocorre neste século XXI, encontramos as “escolas de política” nas sedes dos partidos – o que não seria mau se o que fosse ali ensinado estivesse enraizado na ética -, mas o que se vê é um aprendizado fixado no poder. Ter poder. Usar o poder.
Independente do partido, e se é de esquerda, de centro, ou de direita, a marca “Queremos Poder”, que é ensinada diariamente aos militantes, é um ponto de desequilíbrio naquilo a que conhecemos por democracia. Chegando a ser tão desestruturante que, dentro dos próprios partidos, a “sede pelo poder” faz com que surjam monstruosidades ditatoriais, para pressionar a “massa distraída” a pensar a favor ou contra uma determinada ideia ou fação.
Neste caso, não há um jogo saudável, onde todos falam, expõem ideias e ajudam na manutenção e no crescimento da estrutura (e com o pensamento voltado para o bem-estar da população).
Destacando-se, geralmente, nas estruturas partidárias, três grupos: O primeiro, aquele que quer o poder a qualquer custo, passando por cima da ética; O segundo que tem interesses muito fortes, especialmente em ajudar os que podem chegar ao poder, para (como pagamento dessa ajuda) se garantirem num bom cargo administrativo público ou privado; E o terceiro, que é o lugar do carneiro, aquele ser que está ali movido apenas pelo interesse em conseguir alguma migalha, para que a vida não seja tão patética quanto costuma ser.
Sem o estudo da ética, e sua consequente prática, não existe democracia dentro dos partidos e, num efeito dominó, quando os integrantes dessas forças partidárias assumirem cargos (de média ou de grande relevância) por esse país afora, o que se verá será o aumento da corrupção. O pior problema para um país.
Qualquer “passo mal dado” por um político, que “navega pelo poder” sem ética, inevitavelmente terá reflexos negativos, sociais e psicológicos, na população. O nosso planeta está repleto desses maus exemplos.
O poder possui uma linguagem própria, porém, somente quando esse poder propende, regiamente, ao bem público, a sua expressão é distinta, transparente e despretensiosa, chegando, então, perto daquilo a que conhecemos por ética. Uma utopia?
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