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Polícia Judiciária investiga morte de idoso amarrado e amordaçado

Francisco Gomes

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A possibilidade do idoso de 75 anos encontrado morto, no passado dia 24, em Fervença, Alcobaça, ter sido assassinado por algum delinquente que procurava na casa de João Valentim algum dinheiro para sustentar o vício da droga está em cima da mesa da investigação que está a ser desenvolvida pela Polícia Judiciária, assim como não foi afastada a hipótese do crime ter sido cometido por alguém próximo, desconhecendo-se o motivo.
João Valentim foi encontrado morto na sua habitação

O crime que tirou a vida a João Valentim deixou em choque a aldeia de Fervença, na freguesia de Maiorga, com a população a acreditar que o homem de 75 anos terá sido morto por alguém que o quis assaltar em casa, onde o corpo foi encontrado, estendido no pátio, com as mãos e pés amarrados, e um saco de plástico a envolver a cabeça e a amordaçar a boca.

“Está à vista que foi um assassinato, possivelmente para roubar não sei o quê, porque ele era uma pessoa humilde”, declarou Fernando Guedes, um amigo de infância que falava periodicamente com a vítima quando passava pela sua casa, na rua Professor Adelino Rodrigues da Costa, número 23.

Segundo assegurou, João Valentim “não tinha inimigos e fazia a sua vida sem se meter na dos outros”. “Nunca pensei que isto pudesse acontecer, estou muito surpreendido”, disse o amigo.

Sérgio Rocha, presidente da junta de freguesia de Maiorga, manifestou também a sua estupefação pelo crime ter acontecido numa das artérias principais da aldeia. “Apesar de viver sozinho é uma zona de passagem. Não há memória de um crime macabro como este na freguesia”, comentou.

A vítima foi descoberta após o marido de uma prima estranhar ver o portão entreaberto, ao passar duas vezes no local, comunicando à esposa, que foi à moradia e acabou por deparar-se com o familiar caído no chão.

Saiu para pedir socorro e como na altura – cerca das quatro e meia da tarde – circulava na estrada em frente à casa uma ambulância de transporte de doentes dos bombeiros voluntários do Juncal, foi logo dado o alerta às autoridades.

A GNR de Alcobaça compareceu e ao apurar a forte possibilidade de crime não hesitou em contactar logo a Polícia Judiciária, entidade competente para a averiguação deste tipo de casos.

Uma equipa do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ recolher indícios para desenvolver a averiguação deste caso.

O corpo do homem foi transportado pelos bombeiros de Alcobaça para o Instituto de Medicina Legal de Leiria, para ser autopsiado, o que poderá ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte.

A rotina do reformado, que trabalhou numa serração e numa fiação de tecidos, resumia-se a amanhar terrenos e tratar das suas galinhas. Vivia sozinho e era completamente autónomo. Ia às compras a Alcobaça numa scooter (tinha duas) e de vez em quando encontrava-se com familiares e ia ao café.

Na casa estavam habitualmente cinco cães, que desapareceram. Os animais detetavam quem se aproximava da habitação e ladravam. Quatro apareceram mais tarde. Mostravam-se muito assustados e dois deles vagueavam pelas redondezas sem se deixarem apanhar. Os outros dois estavam escondidos na propriedade de João Valentim.

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