O crime que tirou a vida a João Valentim deixou em choque a aldeia de Fervença, na freguesia de Maiorga, com a população a acreditar que o homem de 75 anos terá sido morto por alguém que o quis assaltar em casa, onde o corpo foi encontrado, estendido no pátio, com as mãos e pés amarrados, e um saco de plástico a envolver a cabeça e a amordaçar a boca.
“Está à vista que foi um assassinato, possivelmente para roubar não sei o quê, porque ele era uma pessoa humilde”, declarou Fernando Guedes, um amigo de infância que falava periodicamente com a vítima quando passava pela sua casa, na rua Professor Adelino Rodrigues da Costa, número 23.
Segundo assegurou, João Valentim “não tinha inimigos e fazia a sua vida sem se meter na dos outros”. “Nunca pensei que isto pudesse acontecer, estou muito surpreendido”, disse o amigo.
Sérgio Rocha, presidente da junta de freguesia de Maiorga, manifestou também a sua estupefação pelo crime ter acontecido numa das artérias principais da aldeia. “Apesar de viver sozinho é uma zona de passagem. Não há memória de um crime macabro como este na freguesia”, comentou.
A vítima foi descoberta após o marido de uma prima estranhar ver o portão entreaberto, ao passar duas vezes no local, comunicando à esposa, que foi à moradia e acabou por deparar-se com o familiar caído no chão.
Saiu para pedir socorro e como na altura – cerca das quatro e meia da tarde – circulava na estrada em frente à casa uma ambulância de transporte de doentes dos bombeiros voluntários do Juncal, foi logo dado o alerta às autoridades.
A GNR de Alcobaça compareceu e ao apurar a forte possibilidade de crime não hesitou em contactar logo a Polícia Judiciária, entidade competente para a averiguação deste tipo de casos.
Uma equipa do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ recolher indícios para desenvolver a averiguação deste caso.
O corpo do homem foi transportado pelos bombeiros de Alcobaça para o Instituto de Medicina Legal de Leiria, para ser autopsiado, o que poderá ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte.
A rotina do reformado, que trabalhou numa serração e numa fiação de tecidos, resumia-se a amanhar terrenos e tratar das suas galinhas. Vivia sozinho e era completamente autónomo. Ia às compras a Alcobaça numa scooter (tinha duas) e de vez em quando encontrava-se com familiares e ia ao café.
Na casa estavam habitualmente cinco cães, que desapareceram. Os animais detetavam quem se aproximava da habitação e ladravam. Quatro apareceram mais tarde. Mostravam-se muito assustados e dois deles vagueavam pelas redondezas sem se deixarem apanhar. Os outros dois estavam escondidos na propriedade de João Valentim.
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