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Ser jovem em tempos de pandemia

Bianca Maçãs, militante da JSD Caldas da Rainha

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A pandemia teve um impacto sério em todos nós. A sobrevivência dos jovens a esta pandemia não é a principal preocupação, mas sim o impacto que estes sofrem com um ano das suas vidas em pausa. É na juventude que nós traçamos os primeiros passos para o nosso futuro e nos autodescobrimos. Estes meses com as vidas estagnadas marcam os próximos anos da sociedade, desde a formação académica, empregabilidade até à saúde mental da geração. É a imprevisibilidade do amanhã que marca o presente, mas não deve ser o futuro.
Bianca Maçãs, militante da JSD Caldas da Rainha

Em tempos de pandemia são notórias as dificuldades que o nosso país vive na procura do controlo da doença e, ao mesmo tempo, não deixar danos irreversíveis na economia. Com o isolamento, nos meses de março e abril, houve muitos trabalhadores que ficaram desempregados e viram os seus contratos não serem renovados. Sendo alguns desses casos jovens.

A verdade é que já existia uma dificuldade em encontrar um emprego que proporcionasse aos jovens um bom salário, dando-lhes espaço e conforto para terem uma vida independente e estável, porém, com a atual pandemia que vivemos, e, uma potencial futura crise económica, torna-se quase impossível obter um emprego com essas condições.

Diz-se que os jovens, como eu, são a geração que mais depende dos pais. Talvez um motivo válido para isso seja a falta de oportunidades que temos para que seja possível alcançar a nossa independência. Somos dependentes do esforço deles para que, num futuro, tenhamos oportunidade de conseguir condições que nos permitam pagar a nossa própria habitação, e tudo o que vem incluído com a independência financeira. Com as oportunidades ficando para trás e perspetivas de emprego cada vez menores é difícil que os jovens não se sujeitem a empregos que não têm qualquer possibilidade de progressão de carreira.

Somos uma geração com bastante informação e possivelmente com a melhor formação, mas acabamos por não tirar proveito dela. Portugal precisa mais que nunca dos jovens, pois somos um país envelhecido. Os jovens de hoje são o futuro da economia e do país. Temos o conhecimento científico para levantar o país, só nos falta a prática – prática que não nos estão a dar o espaço para exercer, pelas oportunidades que não nos são oferecidas. A disparidade entre procura e oferta é imensa.

Vemos os nossos pais investirem na nossa educação para que, no melhor dos casos, ganhemos pouco mais que um ordenado mínimo.

Eles investem tanto em nós porque têm a esperança de que tenhamos um futuro melhor do que o deles, mas será que vale o esforço? Será que vamos ter o proveito? Talvez, noutro país como tantos fazem.

Muitos jovens acabam por preferir ficar longe dos que mais amam para obterem as condições que não conseguem obter em Portugal. A oferta de emprego para a maioria dos jovens adultos consiste em estágios renumerados, estágios não renumerados e salários de baixo rendimento. Estes valores não proporcionam a estabilidade financeira exigida no mercado moderno para uma independência financeira.

Porém, a raiz do mal não é só a complexidade do mercado de trabalho, é também o mercado imobiliário. Os preços dos imóveis são incompatíveis com os salários que a maioria dos jovens recebe. Dado isso, muitos optam por viver com os pais, o que se torna numa desmotivação na procura de algo melhor. A falta de equilíbrio entre salários e mercado imobiliário tem-se mostrado, cada vez mais, um fator de atraso na vida dos jovens na atualidade. Atraso na independência financeira, atraso na constituição de família. Torna-se um ciclo complicado de escapar.

Os baixos salários acabam por afetar, não só a independência dos jovens, mas outros fatores em Portugal, tal como a taxa de natalidade. Esta é diretamente afetada pois temos a tendência de procurar “o melhor momento’’ para começar a construir família, porém parece que esse momento nunca chega. Quer seja pelos baixos salários, quer seja pelo custo de obter uma casa e de a conseguir sustentar, quer seja pelos preços das despesas mensais em adição às despesas pessoais. Nunca parece existir um momento certo. E conforme vemos o custo de vida a aumentar, mas os nossos rendimentos estagnados, mais medo temos para seguirmos em frente. Medo de não conseguir um bom sustento, não só para nós, mas para sustentar o custo de vida de um novo ser humano.

Esta é uma realidade que não parece ser uma preocupação para muitos que preferem desviar o olhar do problema. Somos a geração do futuro, mas estamos a ficar para trás. É um facto que não são tempos fáceis para ninguém, independentemente da sua faixa etária.

No entanto, é importante não perder os jovens formados dentro do nosso país e que são fruto do investimento do Estado. Portugal tem bons profissionais, e enquanto não os valorizarmos nada irá melhorar. Portugal é um dos países da Europa com mais pessoas licenciadas. É necessário mostrar que não é mais fácil adiar projetos de vida e criar oportunidades que proporcionem boas condições de vida. É necessário sentirmos que temos uma oportunidade no nosso próprio país e que não temos de ir embora para sermos valorizados.

Por fim, o amanhã é algo que, neste momento, é quase impossível prever. A saúde pública é a principal preocupação e a mais importante, mas não nos esqueçamos dos mais jovens. Não podemos ser deixados para trás, há um futuro a construir.

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