Os serviços de proteção civil da autarquia questionaram as autoridades de saúde sobre a necessidade de estabelecer um pano de contingência”, uma vez que o período de espera da competição iniciou-se na última segunda-feira, estendendo-se até 31 de março de 2021. As atividades nas ondas da Praia do Norte foram consideradas “um risco acrescido para a saúde pública”, no atual contexto de pandemia da Covid-19.
O Município da Nazaré solicitou uma reunião com a Direção-Geral da Saúde de forma a garantir o regresso “de uma modalidade que tanto projetou a Nazaré e Portugal no mundo”, garantindo “o escrupuloso cumprimento das regras implementadas pela pandemia que vivemos”.
Dessa forma, permitir-se-á “a sobrevivência das dezenas de profissionais (surfistas, spotters, fotógrafos, videomakers, hoteleiros, entre outros”, associados à competição.
De acordo com o presidente da Câmara, Walter Chicharro, “o objetivo dessa reunião será o de apresentar um plano de contingência, desenvolvido em conjunto com a proteção civil, Bombeiros Voluntários da Nazaré, PSP e Capitania do Porto da Nazaré”.
“Pretendemos condicionar todos os acessos às zonas de assistência – praia, estrada do farol, entre outros – restringindo o acesso a apenas três pontos a um máximo de duas mil e quinhentas pessoas, que ficarão distribuídas pela zona do farol, da encosta e no areal da própria praia”, descreveu o autarca.
Prevê-se contagem cumulativa e em tempo real, enquanto “funcionários da autarquia, agentes da Polícia Marítima e da PSP patrulharão toda a zona de público, de forma a fazer cumprir as regras em vigor”, defendeu.
Walter Chicharro não coloca de parte o recurso a segurança privada, “de forma a que as forças da autoridade fiquem disponíveis para tarefas de fiscalização e cumprimento da lei que lhes estão reservadas”.
A autarquia, que assumirá todos os custos envolvidos, pretende ainda garantir que as próximas sessões de tow-in tenham transmissão on-line nas plataformas do município, para que não seja quebrada a ligação ao mundo.
Para Walter Chicharro “o investimento que a câmara municipal e Portugal têm feito na globalização deste fenómeno, nomeadamente com a campanha do Turismo de Portugal na Times Square (Nova Iorque) com a onda da Nazaré, e com o apoio dos surfistas que procuram a Nazaré em busca das ondas da sua vida e de baterem recordes, tem de ser respeitado, ao mesmo tempo que temos de garantir um eficaz controlo de acessos e imposição das regras sanitárias por parte de quem queira assistir, e assim fazer com que os surfistas possam sair para a água”.
Nas vésperas desta competição, milhares de visitantes encheram a estrada do farol e as falésias, para ver os treinos dos ‘big riders”, que aproveitaram as ondas gigantes formadas. PSP, Polícia Marítima, Bombeiros, Proteção Civil e Câmara Municipal travaram a multidão, mas não conseguiram evitar a formação de aglomerações e a existência de muitas pessoas sem máscara de proteção.
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