Depois da bênção da Capela, D. Daniel Batalha Henriques reconheceu a relevância desta intervenção, que veio conceder dignidade àquele edifício religioso e à zona envolvente, e agradeceu e elogiou a disponibilidade e entrega de todos os parceiros mentores da obra, nomeadamente no meio de uma pandemia. “Esta requalificação da capela é um milagre nesta altura da crise gerada pela pandemia da Covid-19 e é uma alegria ser testemunho desta obra”, disse o bispo, acrescentando que só foi possível “graças ao empenho da comissão, junta, autarquia e comunidade, que valorizam o património”.
D. Daniel Batalha Henriques referiu que as pessoas “precisam destes templos para se encontrarem para ouvir a palavra de Deus”. “O que vale ter uma capela nova se não tiver uma comunidade viva que a utiliza? Com os cuidados todos não podemos deixar de entrar na igreja para pedir ajuda à força de Deus”, declarou.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS o bispo auxiliar de Lisboa deixou uma mensagem de esperança nesta altura de grandes dificuldades. “Estávamos com alguma expetativa que isto tudo passasse e está a piorar”, sublinhou, revelando que sente as “várias instituições, igrejas e pessoas unidas a combater esta pandemia”.
Citou as palavras do Papa: “Estamos num barco comum, numa tempestade que nos fustiga e é preciso ser prudente e não facilitar”. Salientou que é notório que as pessoas estão cansadas e estão a precisar da “convivência”. Já que não é possível o achegamento físico pediu a “aproximação do coração”. “É preciso reinventar novas formas de estarmos próximos, com um telefonema, mensagem, carta”, apontou.
Deixou uma palavra especial aos idosos, que “são os que mais estão a sofrer com a pandemia, que padecem da solidão pelo receio que os filhos e netos têm de os contaminar ou porque estão em lares e não podem ter visitas”.
“Nós vamos vencer este vírus e não será ele que nos vai vencer”, salientou.
Depois de descerrada a placa que assinalou a inauguração das obras de requalificação, o padre Samuel Pulickal Joseph, pároco de Tornada, sublinhou o testemunho de um “acontecimento extraordinário, a bênção da nossa capela e o centro de fé desta aldeia”.
Agradeceu a todos que ajudaram na concretização desta requalificação, nomeadamente à comissão de obras e a comunidade da aldeia e aos emigrantes que vivem nos Estados Unidos que organizaram alguns eventos de angariação de verba.
Recordou que foi uma “obra muito sonhada e aguardada pela comunidade da aldeia do Campo”. Agora, com obra feita, deixou um novo desafio: “renovar a vida da fé desta aldeia”.
O presidente da União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto, Arnaldo Custódio, teceu igualmente agradecimentos e elogios à “qualidade do trabalho realizado com total empenho e bom gosto”.
O presidente da Câmara Municipal das Caldas, Tinta Ferreira, evidenciou a importância “desta infraestrutura que é também o templo das pessoas e um elemento muito importante na garantia da sustentabilidade social e harmonia da comunidade”.
O edil referiu que “sem o papel da Igreja seria muito mais difícil haver equilíbrio social”.
O autarca agradeceu a capacidade que todas as “forças vivas continuam a revelar para congregar sinergias em favor de projetos de elevado interesse para a vida coletiva das aldeias e freguesias”. “O dinheiro do município não chega para tudo, se não houver uma envolvência da comunidade não seria possível a requalificação de alguns espaços muito dignos”, declarou.
Profunda intervenção da Capela do Campo
A capela ex-líbris do Campo, propriedade da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Tornada, esteve durante largos anos sem obras. A angariação de fundos para a sua requalificação iniciou-se há três anos e as obras demoraram um ano.
Segundo Ana Manique, da comissão, houve uma “profunda intervenção executada” no valor de cerca de 90 mil euros. A obra envolveu a ampliação, pintura interior e exterior e ainda o restauro das imagens da capela.
A autarquia das Caldas apoiou com 25% do valor. A União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto deu dois mil euros. A restante verba foi conseguida com a angariação de fundos através almoços convívio, noites de fados, festivais de sopa e excursões.
Para Ana Manique é com muita alegria que realizam a “cerimónia de bênção após conclusão das obras de requalificação”. “É um projeto de grande importância para os paroquianos desta aldeia, local de culto, conforto e manifestação de fé”, referiu, lamentando não poder acolher todas as pessoas como desejavam devido à pandemia, agradecendo a compreensão de todos.
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