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Pinturas humanizam nova Urgência Pediátrica caldense e cativam as crianças

Marlene Sousa

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Flores, frutas, cogumelos, naves espaciais, girafas, porquinhos, cães e outros animais habitam as paredes da nova Urgência Pediátrica caldense do Centro Hospitalar do Oeste (CHO). Durante as últimas três semanas os artistas plásticos da Fundação Anouk, a húngara Kata Koleszár e o francês Guillaume Ozon, estiveram de serviço às urgências. Não como profissionais de saúde, mas como pintores que com a sua criatividade humanizaram o espaço. “Queremos que ajude o mais possível as crianças numa altura complicada como é estar num hospital”, contou Guillaume Ozon.
As pinturas foram apresentadas no decorrer de uma cerimónia simbólica

Antes de iniciarem as pinturas, os artistas reuniram-se com a equipa do hospital, para discutirem o projeto. “Depois fizemos em papel o esboço que depois transpusemos para as paredes brancas”, disse Kata Koleszár, acrescentando que lhes foi pedido que desenhassem aquilo que é mais típico da região, como frutas e legumes também como forma de sensibilizar os mais novos para o consumo de alimentos saudáveis. “Também nos foi pedido desenhos diferentes que identificassem cada sala ou gabinete e há bonecos que interagem com os equipamentos”, adiantou o pintor francês.

Os artistas adoraram a experiência e destacaram a equipa que foi “fabulosa e exigente, pedindo todos os dias mais um pormenorzinho”.

Foi numa cerimónia simbólica que decorreu nesta quarta-feira, 7 de outubro, que o projeto foi apresentado. Foi visível a alegria de Luísa Preto, diretora do Serviço de Pediatria caldense. “Isto foi um sonho que nasceu no início da obra da urgência, que inicialmente pareceu-nos bastante difícil de conseguir e depois ainda mais complicado devido à pandemia”, declarou.

A responsável destacou que as pinturas pretendem “dar uma nota de alegria, humanização e decoração ao novo serviço”. Realçou ainda a alegria que as crianças sentem quando chegam hospital com as pinturas feitas. “A diferença está nos detalhes. Desenhos que dão vida a paredes brancas e amenizam o espaço onde ninguém quer estar, mas que as circunstâncias forçam”, salientou Luísa Preto. “As reações de quem vem ao serviço tem sido espetacular pois eles têm estado a pintar com as consultas a funcionar, porque as tintas são especiais, secam rápido e não deixam qualquer cheiro”, contou.

A responsável referiu ainda que os desenhos estão na linha do que já existe no serviço de internamento da pediatria, também criado por artistas da Anouk.

A diretora do Serviço de Pediatria caldense lembrou que o projeto foi desenvolvido com patrocinadores específicos, que garantiram a aquisição dos materiais e a deslocação e permanência dos artistas no local.

A decoração foi realizada pela Fundação Anouk e os patrocinadores principais foram a Câmara Municipal das Caldas, a Liga dos Amigos do Centro Hospitalar das Caldas, o Grupo de Golfe da Praia D’el Rey (Associação de Caridade dos Membros e Amigos), uma empresa de Espanha, AkzoNobel e CHO. Para a concretização do projeto foram ainda recebidos donativos de muitos patrocinadores anónimos e da comunidade. O orçamento das pinturas foi de 20 mil euros.

O enfermeiro Nuno Pedro, coordenador da Viatura Médica e Emergência e Reanimação (VMER) das Caldas da Rainha, elogiou os donativos da comunidade, recordando que fizeram uma campanha de angariação de fundos e “agora está aqui a prova que a verba foi utilizada no projeto, que valeu a pena porque já reparámos que as crianças olham para os desenhos e ficam mais relaxadas e com menos medo”.

Nuno Pedro disse que sobrou algum dinheiro e com essa verba vão colocar noutras paredes do Serviço de Urgência Pediátrica placas de proteção para evitar que estraguem com o transporte das macas. O valor é cerca de 9 mil euros.

O internamento, consulta externa e urgência pediátrica tem uma equipa de 27 enfermeiros e 14 médicos. Com umas infraestruturas novas e “profissionais motivados” o próximo passo é, segundo Nuno Pedro, “a acreditação do serviço como uma referência nacional”.

A enfermeira chefe do Serviço também disse que as pinturas “humanizam o espaço e estimulam a imaginação e fantasia das crianças e ajuda-as a ultrapassar da melhor forma os momentos que passam connosco”, acrescentando que “não só é uma alegria para as crianças como é também é para os familiares que as acompanham”.

“Também é uma mais valia para os profissionais de saúde que acompanharam toda a evolução da pintura”, adiantou.

O Internamento de Pediatria, Consulta Externa e Urgência Pediátrica caldense do CHO tem 14 médicos e 27 enfermeiros.

Foi empresa AkzoNobel, que ofereceu as tintas para o projeto. Segundo o representante da empresa, Alejandro Villar, têm colaborado com a Fundação Anouk e quando solicitaram as tintas para os desenhos deste novo de serviço de urgência “não hesitámos”, recordando que foram eles que também deram as tintas para o Serviço de Internamento do Hospital das Caldas há mais de dez anos.

“São tintas com uma qualidade superior que não têm cheiro, têm uma secagem muito rápida, são resistentes a produtos químicos de limpeza, têm uma cor profunda que facilita os artistas e uma grande durabilidade”, explicou o responsável.

Urgência do hospital das Caldas sobrelotada

A presidente do Conselho de Administração, Elsa Baião, também elogiou o trabalho realizado, que é “notável” e criou um “ambiente acolhedor”. “Coincide com a nossa perspetiva de humanização dos serviços que é algo que temos investido nos últimos tempos, que é para além da qualidade dos cuidados prestados é preciso dar aos doentes e nomeadamente às crianças outras condições”, refere. Entre os benefícios destaca a redução do medo e a distração para com, por exemplo, as máquinas, pois também estas são “disfarçadas com os desenhos”.

Segundo esta responsável “no geral a urgência pediátrica está equipada”, o grande desafio nesta fase é “dividir os circuitos Covid-19 e não Covid-19”. “É isso que estamos planear fazer tendo em conta que o inverno vai ser muito difícil porque é um período onde normalmente há uma procura elevada e no que toca à urgência pediátrica vai ser muito exigente porque vai haver muitas situações que os sintomas se confundem com Covid-19”, alertou.

Quanto ao Serviço de Urgência para adultos, Elsa Baião referiu que a procura tem aumentado, nomeadamente na zona Covid. “Neste momento estamos numa situação complicada com a urgência não Covid, que está completamente saturada de doentes, sem capacidade para os internar, porque temos o internamento sobrelotado”, contou.

Segundo a administradora o atraso nos trabalhos na obra das Urgências do Hospital das Caldas está a “dificultar a organização e planeamento dos circuitos Covid e não Covid”.

Elsa Baião disse que já reuniram com a empresa e que estão à espera de uma resposta “para saber a data exata em que a obra vai ser retomada, uma vez que continua suspensa devido à pandemia”. “A obra tem uma duração prevista de 96 dias e será feita de uma forma faseada”, apontou.

Presidente da autarquia exige à tutela mais obras no hospital

Presente na cerimónia, Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas considerou que “este trabalho tem um significado muito especial, porque o espaço tornou-se mais quente e agradável”.

“Espero que esta nova imagem traga novos sorrisos. Não esquecendo que este é um local onde passam diversas crianças com diversos tipos de diagnósticos, o que se pretende aqui é dar conforto e tranquilidade”.

“É importante para nós, Câmara Municipal, fazer parte deste projeto, que é uma valorização do Hospital das Caldas”, afirmou Tinta Ferreira.

O autarca lamenta os “desinvestimentos no hospital nos últimos anos e uma reorganização administrativa no qual eu não concordo”. “Felizmente os nossos profissionais colmatam a degradação do edifício e fazem com que o hospital continue a cumprir muito bem a sua missão”, salientou.

Lembrou que foi no âmbito dos municípios que se “criou condições para o financiamento comunitário da obra das Urgências do Hospital das Caldas”. “Foram os municípios que mapearam os investimentos na região que seriam necessários para serem alavancados em investimento nacional”, contou.

No entanto, salientou que aguardam uma audiência com o Ministro da Saúde “para que haja mais obras de requalificação no hospital”.

Tinta Ferreira referiu que está ainda por aprovar pela tutela uma disponibilidade municipal para um protocolo no sentido de haver um investimento da Câmara na reabilitação do serviço de obstetrícia de cerca de 300 mil euros. “Isto é uma gota de água daquilo que são as necessidades do hospital. Este investimento não chega, não é o município que tem que substituir o Governo na sua missão”, alertou.

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