Esse emblema usufrui, desde 1934, de um recinto para a prática do futebol, conhecido nacionalmente por “Campo da Mata”, com uma lotação que pode chegar às 13.000 pessoas. Porém, as condições gerais desse local, bem como o conforto dos seus atletas, adeptos e simpatizantes, foram sempre colocadas em segundo plano, devido, naturalmente, à escassez de verbas que um clube desta dimensão possui.
Entretanto, também há poucos dias, soube que o Caldas S. C. (agora com alguma verba disponível) iniciou um somatório de ações para a requalificação do seu santuário desportivo. No entanto, pelo que consta, o projeto citado acima não foi o beneficiado. O que me entristece, devido à sua consistência e qualidade.
Elaborada, no ano de 2011, essa valiosa planta arquitetónica poderia ter sido, através de um conjunto de esforços, executada nestes nove anos. Entre estes, provavelmente, o do Financiamento Sustentável do Desporto, que permite “…explorar plenamente as possibilidades de apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional a favor das infraestruturas desportivas…”.
Sem dúvida, o Caldas S. C. deve ultimar uma completa reformulação do seu espaço desportivo, se quiser, realmente, agigantar-se, pois, é inadmissível que um clube, que completou recentemente 104 anos de existência, não possua uma sede digna do seu quadro associativo e dos seus simpatizantes, uma sala apropriada para a exibição de todos os seus troféus e galardões, e um local onde a memória escrita, falada, videográfica e fotográfica seja guardada e exibida às futuras gerações. O projeto em questão possui todas as mais-valias para, finalmente, os pelicanos se orgulharem das suas instalações.
O Caldas S. C. não precisa estar na caríssima Primeira Liga, necessita, isso sim, de ser um orgulho desportivo para os caldenses, e, com um estádio como o proposto pelo projeto daqueles quatro arquitetos, pode, sem dúvida, consegui-lo.
Com a magnificência da estrutura sugerida, o novo estádio seria o local ideal para jogos-treino das seleções portuguesas, nos seus mais diversos escalões, bem como das congéneres europeias, aquando da realização dos seus estágios internacionais. Nada impediria, também, e por exemplo, que grandes clubes europeus viessem a Caldas da Rainha, aquando das suas excursões de pré-epoca, para jogos com equipas nacionais, ou mesmo para protagonizar um torneio anual (organizado pelo Caldas S.C.) com formações do grande escalão do futebol português.
O Caldas S. C. anuncia que “um novo projeto está em fase de elaboração”, o que não me parece correto, pois reflete-se em tempo e esforço despendidos.
O que foi apresentado, no ano de 2011, pelos arquitetos Hugo Feliciano, Marco Godinho, Nuno Gonçalves e Vasco Antunes, em minha modesta opinião, encerraria o assunto, pois concentra todas as mais-valias necessárias à organização desportiva de uma coletividade da dimensão do Caldas S. C.
Será que os sócios e simpatizantes já pararam para pensar que, para o crescimento do Caldas S. C., talvez seja necessário buscar um investidor internacional? Alguém disposto a tornar o clube numa marca de sucesso, que possua uma visão alargada do que o futuro nos reservará no campo desportivo. Este é o momento de se colocar em prática um excelente projeto, que já existe, e que pode ser a menina dos olhos das estruturas desportivas portuguesas do segundo escalão.
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