Após a montagem das redes e antes da chegada dos primeiros participantes, já estava preparada a mesa de trabalho, com todos os utensílios utilizados nesta técnica para o estudo das aves, como a balança, réguas, alicate e vários tamanhos de anilhas.
Em número reduzido devido à situação atual de pandemia, os participantes presenciaram todo o processo de anilhagem de um verdilhão, desde a captura da ave, a marcação com uma pequena anilha de metal gravada com uma combinação de caracteres única, a recolha de dados morfológicos e biométricos até à sua devolução à natureza.
Dada a proximidade das margens da Lagoa de Óbidos ao local da anilhagem, foi possível observar os elegantes flamingos que descontraidamente caminhavam nas águas pouco profundas à procura de alimento, bem como as graciosas garça-branca e garça-real, patos-reais, várias espécies de gaivotas, entre outras aves.
Este local, pelas caraterísticas da vegetação das suas margens e dos seus fundos, é um dos mais biodiversos da lagoa no que respeita à avifauna. E é, também por isso, um dos mais visitados por pessoas que ali procuram um maior contacto com a natureza, seja a pé, de bicicleta ou de veículos motorizados.
“Se por um lado valorizamos a visitação deste espaço, pela importância para o nosso bem estar e por acreditarmos que só conseguimos preservar aquilo que conhecemos, por outro precisamos advertir para os cuidados que devemos ter quando o fazemos. Testemunhámos algumas situações de negligência e de descuido para com um ecossistema tão frágil e tão rico como este. Situações que nos levaram a intervir com o fim de sensibilização. O bom acolhimento das recomendações demonstra a valorização do espaço pelos seus visitantes e muito nos motiva para a realização da próxima iniciativa do projeto do Centro de Interpretação da Lagoa de Óbidos – uma ação de formação em boas práticas no turismo de natureza”, relata a Liga para a Proteção da Natureza.
Esta sessão de anilhagem contou com a participação da Associação Portuguesa de Anilhadores de Aves, representada pelo biólogo Bruno Martins e pela voluntária Ana Rita Tarelho.
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