Depois de Ímpetos I e II, mostras que passaram pelo concelho do Cadaval em 2018-19, Jorge Romão está de volta com mais um rol de quadros.
Desta forma, e segundo palavras de Ana Ilhéu, o pintor “dá continuidade à expressão da sua identidade, simultaneamente bucólica e intensa, balanceando entre a contemporaneidade extraída do seu olhar e a memória das suas origens”.
“Há nas telas de Jorge Romão uma conversa com o presente e com a sua história, com a presença dos tons e dos sons, das curvas e dos relevos do Painho e da grande cidade”, sustenta a porta-voz, na sinopse da exposição.
A mostra, que inaugura dia 20, pelas 15h00, ficará patente ao público, das 15h00 às 20h00, até dia 5 de outubro, no Espaço Sr. Serafim (Rua Alferes José Ventura Rodrigues, nº 36, no Painho.
Uma ruralidade que se impõe sem aviso
“Embora Fragmentos tenha tido como inspiração os azulejos que revestem o casario de Lisboa, a minha ruralidade impôs-se-me e trocou-me a volta no traço e nas cores”, refere Jorge Romão.
“Onde era suposto haver apenas anjos, flores estilizadas ou puras formas geométricas, foram surgindo troncos de árvores, cepas retorcidas, molhos de vimes ou os afagos do vento nas searas”, explica.
Contrastes, por seu turno, pretendia contrariar essa tendência.
Para além de quadros inéditos, a mostra contará, segundo o autor, com um ambiente evocativo da época, através de “imagens, sonoridades e objetos que faziam parte do quotidiano do Sr. Serafim, ou “menino Serafinzinho”, como era carinhosamente tratado por parte da população”, aponta.
Em conformidade com as orientações da Direção-Geral da Saúde relativamente à Covid-19, o pintor informa que o espaço estará higienizado com produtos certificados, sendo obrigatório o uso de máscara e higienização das mãos.
Jorge Romão nasceu em 1959, no Painho, residindo desde os anos 80 em Lisboa. É licenciado em Filosofia, pela Universidade Nova de Lisboa, e integra, desde 1987, a administração pública, onde exerce funções de intervenção social na esfera da justiça.
É autor do conjunto de peças escultóricas “A Caixa – 10 anos de vigilância eletrónica em Portugal”, que expôs em 2012/2013 no Espaço Justiça, em Lisboa (vídeo no Youtube, com o mesmo título).
Em 2016 publicou, pela Chiado Editora, o livro “Quando os ciprestes davam laranjas”, onde aborda também as ternas memórias da terra que o viu crescer.
Em julho de 2018 estreou-se na pintura, com a exposição “Ímpetos”, na galeria Arte Graça, em Lisboa (vídeo no Youtube: “Ímpetos – Desocultar a dádiva de outrem”). Está representado em coleções privadas no Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca e Dubai.
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