Um efeito colateral desta pandemia, com consequências potencialmente mais graves, consistirá no receio de contágio, em particular nos doentes crónicos, isto é, portadores de doenças cardiovasculares, respiratórias ou oncológicas, entre outras. O compulsivo ou voluntário adiamento de consultas, meios complementares de diagnóstico, acesso aos serviços de urgência ou suspensão de medicação crónica terão repercussões significativas, em termos do controlo sintomático e da história natural da doença.
Especialistas apontam ainda, para a elevada probabilidade de Portugal vir a enfrentar uma segunda vaga de Covid-19 no inverno em conjunto com a gripe sazonal, colocando sob maior pressão a sociedade civil.
Face ao exposto, é indispensável e prioritário começarmos desde já a delinear estratégias para a promoção da saúde, prevenção e tratamento da doença.
O que devo fazer?
Marcar uma consulta junto do médico assistente para efetuar a vigilância necessária da saúde, não deixando patologias por diagnosticar e tratar. Evitar, deste modo, diagnósticos tardios, que podem tornar patologias previamente tratáveis em situações irreversíveis.
Manter o seguimento correto das doenças crónicas, impedindo exacerbações ou complicações. Assegurar a adesão terapêutica mantida, sem falhas na toma da medicação habitual.
Realizar os exames complementares de diagnóstico solicitados e necessários para o esclarecimento das situações.
Devo efetuar a vacina da gripe?
Sim, se pertencer a um grupo de risco. A vacina diminui muito a probabilidade de contrair a infeção e também minimiza substancialmente as possíveis complicações da gripe. Quem deve ser vacinado?
– pessoas com 65 anos ou mais;
– pessoas com doenças crónicas dos pulmões, do coração, dos rins ou do fígado;
– diabéticos em tratamento;
– grávidas;
– outras doenças que diminuam a resistência às infecções.
Devo manter as vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV) dos meus filhos?
Sim. As crianças devem efetuar atempadamente as vacinas recomendadas. A vacinação
no âmbito do PNV é uma medida de saúde pública prioritária, uma vez que previne doenças como o sarampo, a tosse convulsa, o tétano e doenças muito graves como a meningite.
As grávidas devem realizar a vacinação contra a tosse convulsa, nunca para além das 28 a 32 semanas de gestação, e que visa proteger o bebé nos primeiros meses de vida.
É seguro ir a uma unidade de saúde?
Sim. As unidades de saúde re-organizaram-se e adaptaram-se a esta nova realidade.
Seguem protocolos rigorosos e circuitos que garantem a segurança dos doentes e profissionais de saúde, pelo que não deve haver lugar a receios aquando das deslocações.
O que posso fazer mais?
De uma maneira geral, devemos ter em atenção a três aspetos principais no Inverno: nutrição, desidratação e conforto térmico. Ou seja, devo:
– preferir alimentos ricos em nutrientes para ajudar o sistema imunitário no combate a infecções;
– é fundamental manter uma boa hidratação para que o organismo possa repor as perdas e fluidificação das secreções;
– o vestuário deve ajustar-se à temperatura exterior, com especial atenção às extremidades – mãos, pés e cabeça.
Um bom inverno para todos.
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