O anúncio foi feito pelo presidente da junta de freguesia, Paulo Sousa, que revelou ter sido contactado no dia 21 de agosto pelos serviços administrativos da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) das Caldas da Rainha “para me informarem que o médico iria gozar a sua licença parental, seguida de um período de férias”. “Conjuntamente, deixaríamos de ter também a presença da enfermeira e do funcionário administrativo”, adiantou.
Segundo o autarca, “simultaneamente o contacto servia para solicitar a disponibilidade para assegurar na junta de freguesia a entrega e pedido de receitas e baixas”.
“Desde logo contestei o encerramento da unidade de saúde e questionei sobre a colocação de outro médico no período em causa, nomeadamente de 31 de agosto a 23 de outubro. Foi-me transmitida a impossibilidade de colocação de outro médico e do funcionamento da unidade de saúde”, relatou Paulo Sousa.
Não concordando com a situação, a junta de freguesia disponibilizou-se para assegurar o serviço de entrega e pedido de receitas e baixas, mas fez chegar, por escrito, a sua discordância e solicitando outra solução, de acordo com a necessidade dos utentes.
Também pediu ao presidente da Câmara, Tinta Ferreira, assim como ao deputado na Assembleia da República, Hugo Oliveira, para ajudarem a encontrar uma solução.
O deputado e os colegas do PSD eleitos pelo distrito de Leiria, dirigiram um conjunto de questões à ministra da saúde, manifestando ser “difícil de acreditar que num período pandémico onde os serviços de saúde são essenciais, uma unidade de saúde encerre e que se obrigue os utentes a dirigirem-se à sede da UCSP das Caldas da Rainha, aumentando potencialmente o risco destes utentes em terem contacto com o vírus”.
Polémica com deputada
A deputada Sara Velez, do PS, transmitiu, no entanto, que “nunca esteve em cima da mesa o encerramento daquela unidade”, sublinhando que “o atendimento será garantido por outro médico duas vezes por semana e, como sempre, estará também disponível serviço administrativo e de enfermagem três vezes por semana”, pelo que “ao contrário do que circulava a população de A-dos-Francos não ficará sem médico durante este período de tempo e a partir de 23 de outubro terá de novo o seu médico”.
Contudo, não era essa a informação publicada num edital assinado pela coordenadora da UCSP, afixado na unidade de saúde de A-dos-Francos, e que dava conta de que no período de 31 de agosto a 23 de outubro estaria encerrada e que em caso de doença aguda os utentes poderiam dirigir-se à sede da UCSP das Caldas da Rainha, com consulta aberta das 16h às 20h.
O presidente da junta de freguesia também desmentiu a versão da deputada de que não haveria encerramento, tal como Hugo Oliveira, que reiterou que a unidade de saúde “esteve fechada durante uma semana com base em documento escrito e por contacto telefónico da entidade competente”. “E seria até ao dia 23 de outubro. É de lamentar que queiram agora dar o dito por não dito com desculpas, esfarrapadas e inaceitáveis”, declarou.
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