“A antropomorfização da natureza acontece constantemente no nosso dia-a-dia. É uma prática empírica e não romancista. Isso verifica-se quando forçamos a natureza às nossas delineações estéticas, as grelhas, as linhas retas, os formatos Ikeanos. A antropomorfização não é somente relacionada com traços distintos faciais – ou a pareidolia -, os nossos traços podem ser verificados e nossos retratos feitos sem imagens: a antropomorfização estende-se às marcas que podem ser descritas como proof of human presence”, referiu o comunicado.
O interesse de Inês por Geologia remonta à ideia de uma era abstrata, onde os humanos ainda não existiam. O espaço geológico permite esta reflexão inigualável porque adquire a forma física de uma impressão-arquivo.
Atualmente são os pixéis que compõem e arquivam a vida numa impressão imaterial. Este indivíduo numa imagem, se isolado, não é nada. O sedimento não é uma rocha. Porém, a erosão do sedimento desfaz a rocha. A erosão da paisagem é o reflexo do antropoceno e a sua impressão suicida. E o antropos, a nanopartícula cujos sentimentos se fraturam pelas mãos de píxeis, quando isolado, entra também em erosão.
Esta exposição, que está patente até ao próximo dia 26 de setembro, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as13h00, e as13h30 e 16h00. Aos sábados entre as 10h00 e as 13h00, e as 14h00 e as 16h00.
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