Faço justamente excepção, de momento, à TVI que está a passar durante sete dias, no jornal das 8, um excelente programa sobre o plástico. E todos esses programas me estão a impressionar e a fazer refletir.
O primeiro foi “um estalo” no meu pensamento e na minha consciência, fazendo-me crer ainda mais que todos somos verdadeiramente responsáveis pela nossa destruição, cada vez mais clara.
Nesse programa foi mostrada uma baleia que entrou num porto norueguês, encostando-se ao cais, como que pedindo auxílio. Conduzida a águas abertas, voltou, vindo aí a morrer. Içada para terra foi aberta e foram estudadas as causas da sua morte. Resultado – 100 quilos de plástico que tinha engolido confundidos com alimento.
Tal facto e o interesse dos cientistas noruegueses e da sociedade desse país, levou a que nesse local fosse afixada uma placa alusiva e construído um museu onde está exposto todo esse plástico, a ossada da baleia e os necessários comentários esclarecedores deste grande problema, museu esse visitado pela população, pelos alunos das escolas, pelos turistas e mostrado ao mundo. Também há pouco tempo outra baleia, noutro país, em semelhantes condições, tinha 40 quilos de plástico no seu estômago.
Em Portugal começa a ser frequente baleias e golfinhos darem à costa em igual situação, como aconteceu na passada semana. Mas cá são simplesmente enterrados. Não sei se não há interesse da comunidade científica ou de quem de direito. Talvez a razão do aparecimento desses mamíferos mortos só interesse aos “estúpidos” dos noruegueses já que aqui parece que somos indiferentes a essas coisas e lavamos facilmente as mãos, enterrando-os sem querermos saber as causas das suas mortes, como devia ser nossa obrigação, pelo menos sanitária.
E fico a pensar se, porventura, não haverá alguma relação entre esse vírus disseminado em todo o planeta, que de início alterou com grande facilidade todo o comportamento humano, e a destruição que estamos a fazer à natureza e ao planeta. Não sei. Mas se há, então porque somos brutalmente egoístas, desrespeitadores e destruidores deste mesmo planeta, poderemos esperar as consequências deste nosso leviano comportamento. Talvez através desse vírus ou até de outro, ou de outros fenómenos imprevisíveis, venha a caminho também uma larga destruição/selecção dos humanos até que muito simplesmente – mudem!
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