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Regina Guimarães no Teatro da Rainha

Valentim Nataniel

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Realizou-se no passado dia 16, na sala-estúdio do Teatro da Rainha, nas Caldas da Rainha, mais uma sessão de Diga 33, ciclo de encontros com escritores, editores e ensaístas em estreita relação com o universo poético português.
A escritora Regina Guimarães (foto Margarida Araújo)

Desta feita, Henrique Fialho, responsável pelo programa, esteve à conversa com a escritora Regina Guimarães numa sala reorganizada de acordo com as regras da Direção-Geral da Saúde e com os lugares totalmente preenchidos.

Natural do Porto, criadora multifacetada e politicamente activa, Regina Guimarães talvez seja mais reconhecida como parte integrante da banda Três Tristes Tigres. Entre as diversas curiosidades reveladas pela autora ao longo da sessão, destaca-se a de um trabalho de tradução mantido em tempos com o Teatro da Rainha que terá estado na origem do seu interesse pela escrita de canções.

Nesta sessão deu-se a conhecer um vastíssimo trabalho poético, cuja estreia em livro, no ano de 1979, marcou o início da Hélastre, editora fundada com o cineasta Saguenail. Segundo a autora, a Hélastre é hoje mais do que uma editora, é um espaço onde são disponibilizados online todos os livros e filmes, assim como textos dramáticos e catálogos para exposições, surgidos de uma colaboração marginal aos circuitos oficiais. “Não acredito em direitos de autor”, respondeu Regina Guimarães quando interrogada sobre a razão de ser deste acto de partilha.

Da poesia à actualidade política, foram abordadas diversas questões em conversa aberta ao público, intercalada pela leitura de poemas. Sobre o seu mais recente livro, Regina Guimarães afirmou tratar-se de um volume diferente por ter obedecido, pela primeira vez, a um método de escrita. De traduções sobrepostas, em diversas línguas, de um mesmo poema original, surgiram os versos de “traumatório” (Douda Correria, Março de 2020).

Desafiada a ler um dos seus poemas de cor, Regina Guimarães respondeu afirmativamente com um poema escrito nos idos de 1990. Os aplausos não afetaram a discrição, desculpando-se a autora pela “má memória”, que não se notou. No final, foram vários os presentes que se dirigiram ao palco solicitando que autografasse alguns dos seus livros disponibilizados no local.

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