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Câmara obidense contesta

Trabalhadores agrícolas temporários nas Caldas testam positivo mas ficam registados em Óbidos

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

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O Município de Óbidos rejeitou neste sábado a imputação ao concelho de oito novos casos positivos de Covid-19, como consta dos dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde, pelo Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte e pela Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, argumentando que “segundo as autoridades de saúde, o contágio ter-se-á dado num concelho vizinho, local onde estas oito pessoas, trabalhadores temporários na agricultura, estavam a laborar, parte delas alojadas no concelho de Óbidos”.
Humberto Marques, presidente da Câmara de Óbidos, defende que a contabilização de casos positivos deve ser feita no concelho onde a doença foi contraída

Para o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, “é injusto que digam que Óbidos tem oito casos positivos de Covid-19, quando, na verdade, não tem”. O autarca sustentou que “a contabilização de casos positivos é feita no local onde a doença foi contraída e, neste caso, foi num outro concelho”.

“As pessoas em causa trabalham para uma empresa de trabalho temporário, sediada no concelho de Caldas da Rainha, ligada ao setor da agricultura, que têm residências temporárias nos concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos”, revelou.

“Incompreensivelmente vimos o registo destes oito trabalhadores que não têm qualquer relação de domiciliação fiscal neste território, mas antes na Área Metropolitana de Lisboa”, argumentou Humberto Marques, indicando que “as normas do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças dizem que o seu registo deve ser feito no local da infeção”.

Contudo, não tem sido essa a prática, como por exemplo recentemente aconteceu com os trabalhadores de uma central fruteira do Bombarral, onde foram detetados vinte casos positivos e a Câmara deste concelho fez questão de salientar que “sete são do concelho do Bombarral e os restantes têm área de residência nos concelhos vizinhos”, como foi refletido no mapa epidemiológico divulgado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste.

“Não estamos aqui numa competição entre concelhos e muito menos numa luta para ver quem tem mais ou menos casos, mas não é justo atribuir a Óbidos casos positivos que não tem”, desabafou o edil.

Humberto Marques informou que “os oito trabalhadores encontram-se assintomáticos, em regime de quarentena com vigilância ativa por parte da autoridade de saúde e monitorizados pela GNR de Óbidos”.

“Continuamos a ser um território seguro”

O presidente da Câmara assegurou que “tendo em consideração o trabalho desenvolvido no âmbito da prevenção e mitigação do risco, continuam reunidas as condições de segurança dos munícipes e visitantes”.

“Continuamos a ser um território seguro, com baixos níveis de transmissão”, vincou, aproveitando para “enaltecer todo o trabalho da população, das juntas de freguesia, grupos de voluntários, dirigentes e funcionários das IPSS, casas de acolhimento, empresários, proteção civil, grupos locais de proteção civil e, em particular, à coordenadora do grupo de trabalho municipal, Fátima Pais”.

Retirando os oito trabalhadores que testaram positivo, Óbidos registava no passado sábado um caso ativo e dois recuperados, não tendo qualquer vítima mortal por Covid-19.

Um dos anteriores casos foi igualmente contestado pela Câmara, por se tratar de um estrangeiro com residência fiscal num resort turístico do concelho, mas que veio infetado de Espanha.

Em maio, Óbidos foi referido na primeira página do Diário de Notícias como sendo um dos 83 concelhos com menos de três casos, num artigo que indicava que o concelho “criou uma bolha que protegeu doze mil habitantes”.

Segundo a Câmara, no início de Março, quando foram diagnosticados os primeiros casos de doentes com Covid-19 em Portugal, o Município de Óbidos “foi dos primeiros a nível nacional a implementar um conjunto de medidas preventivas e mitigatórias contra o risco de infeção dos seus munícipes, destacando-se reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil e ativação do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, que ainda se encontra em vigor, emissão da declaração de situação de alerta de âmbito municipal, com medidas muito restritivas de prevenção e mitigação ao surto pandémico, e criação de uma subcomissão constituída pelo vice-presidente (pelouro da proteção civil), vereadora (pelouro da saúde), delegada de saúde (autoridade de saúde local), serviço municipal de proteção civil (coordenador municipal de proteção civil) e GNR de Óbidos, para monitorização e decisão operacional das medidas mitigatórias e preventivas a adotar, assim como a resposta às emergências”.

Foram elaborados o plano de contingência municipal e planos de contingência para todas as escolas, jardins de infância, associações, IPSS e edifícios públicos do município, foram ativados locais de acolhimento temporário para vítimas que carecem de isolamento de quarentena e foi feito o levantamento de dados e monitorização de todos os lares, casas de acolhimento de idosos e serviços de apoio ao domicílio a idosos, assim como às comunidades estrangeiras a residir no município.

A aquisição e distribuição de equipamento de proteção individual pelas IPSS do Município e a realização de testes de Covid-19 a colaboradoras dos lares de idosos, casas de acolhimento de idosos, serviços de apoio domiciliários, bombeiros, creches e jardins de infância, foram outras medidas tomadas.

“Não estamos perante um cenário de transmissão comunitária”

Quem também reagiu aos novos casos de infeção detetados em trabalhadores agrícolas foi o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, num dia em que se registavam mais quinze casos ativos (50) do que na véspera neste concelho. Tinta Ferreira manifestou que “esta era uma situação esperada pois decorre de focos específicos, identificados, associados ao contexto profissional de pessoas do concelho que trabalham noutras localidades e, também, a pessoas de outros concelhos que desenvolvem a sua atividade cá”.

Citando uma nota oficial da autoridade de saúde, o autarca frisou que “até ao momento não estamos perante um cenário de transmissão comunitária e generalizada”.

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