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Ginásios caldenses apostam em espaços exteriores para aulas de grupo

Mariana Martinho

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Depois do comércio e da restauração chegou a vez dos ginásios e clubes de fitness, que até aqui funcionavam apenas online, reabrirem portas, no início deste mês, com regras apertadas de higiene e de gestão do espaço devido ao surto de Covid-19. Os ginásios caldenses CrossFit, Queen´s Fitness Club, e Fitness Factory optaram por criar espaços individuais de treino e transportar as aulas presenciais para o exterior, de modo a devolver aos clientes a confiança e mostrar que é possível regressar à boa forma física em segurança.
CrossFit Lusíadas instalou marcações amarelas no chão, de modo a “delimitar a zona de utilização de cada aluno”

A terceira fase do calendário de desconfinamento em Portugal trouxe novas reaberturas, entre elas, o setor do fitness, que já ansiava pelo retorno à atividade. Agora com o espaço adaptado e medidas de segurança redobradas, as duas boxs do CrossFit Lusíadas, situado na zona industrial das Caldas a Rainha, reabriram portas “em segurança”.

Aberto há um ano, este projeto diferenciador de fitness, saúde e bem-estar implementou no espaço “novas regras”, entre elas contam-se os dispensadores de gel desinfetante para higienizar as mãos antes e depois de entrar no ginásio, os circuitos de entrada e saída para que “os atletas não tenham contactos entre eles”, um limpa pés à porta do ginásio, e o uso obrigatório da máscara fora do espaço de treino.

O espaço, que é composto por duas boxs e que permitem aulas simultâneas, também tem marcações amarelas no chão das mesmas, de modo a “delimitar a zona de utilização de cada aluno”. Isso, segundo o diretor técnico e responsável pelo treino do CrossFit Lusíadas, David Silva, também fez com que “reduzíssemos o número de pessoas em cada aula, passando de quinze para oito no pavilhão 1 e cinco no pavilhão 2”.

Quanto aos balneários, existe uma distância de segurança entre cacifos, não estando todos aptos a serem utilizados, e os duches estão, por agora, interditos. Igualmente é “aconselhável aos utilizadores virem já devidamente equipados, de modo, a evitar trocas de roupa e de calçado dentro dos balneários”.

No que diz respeito às aulas, que têm a duração de apenas uma hora e que devem de ser marcadas através da da aplicação Regibox., o CrossFit optou por implementar “intervalos de quinze minutos entre elas, de forma a termos tempo de arejar e desinfetar tudo, antes da próxima aula”. Além disso cada utilizador está encarregue de higienizar todo o material utilizado, bem como o espaço, antes de sair da box, e para isso, o ginásio disponibiliza à entrada um “kit de limpeza”, que contém um desinfetante para o material e para as mãos. Esta regra também se aplica aos frequentadores do treino livre.

O horário de funcionamento também foi reduzido, abrindo portas apenas às 10h00.

Todas estas alterações, que implicaram “um custo extra para nós, entre o material de proteção individual, os desinfetantes, a sinalética e as máscaras, fizeram com que o CrossFit criasse uma nova rotina, de modo, a garantir a segurança de todos”. David Silva destacou ainda que a área de cerca de 700 metros quadrados que o espaço possui também facilitou o processo de adaptação e até à data “tem funcionado bem”.

“Os utilizadores têm mostrado grande compreensão por todas as regras de higiene e segurança”. “Temos de destacar a atitude dos nossos clientes, que tem sido espetacular: cumprem integralmente as normas, percebem que têm de ser seguidas para sua segurança e isso evidencia que vamos conseguir, a pouco e pouco, restabelecer a confiança”, esclareceu o responsável, fazendo um balanço positivo do regresso da atividade até ao momento.

“Tem corrido muito bem, com uma adesão até superior à que pensávamos, visto que há ainda muita gente em teletrabalho e com o condicionamento dos chuveiros. Mas de qualquer forma tem sido muito positivo”, frisou, adiantando que isso também tem provocado um outro problema, que é o facto de não haver vagas suficientes para as aulas. Para quem ainda está em casa, o CrossFit continua a disponibilizar treinos e aulas online, com “um conceito exatamente igual ao da box”.

Queen´s Fitness Club com uma “configuração diferente”

Já o Queen’s Fitness Club aproveitou “esta paragem de dez semanas” para realizar algumas “obras de fundo”, num dos dois espaços deste complexo de desporto, que reabriu portas. “As melhorias não foram só focadas nas normas da Direção-Geral de Saúde (DGS) mas que acabam também por influenciar as mesmas”, explicou o diretor do espaço, Hélio Dias.

Com uma “configuração diferente”, o Queen’s 1, instalado no edifício em frente à Quinta da Oliveira, possui agora três espaços diferentes no exterior do ginásio, que permitirão a prática do treino no exterior. “A ideia foi criar o maior espaço de aulas outdoor do país, onde podem estar ao mesmo tempo e com o devido distanciamento social até 70 pessoas”, frisou Hélio Dias, adiantando que “tudo o que seja aulas de grupo direcionamos para o exterior, podendo assim ser utilizado por qualquer sócio”. Esta nova opção vai permitir aumentar a capacidade do ginásio como também evitar que os sócios tenham de passar pelo interior do espaço, para se dirigirem às aulas”.

Além destas modificações, o complexo desportivo também acrescentou o serviço de sauna e banho turco, “embora não seja para já permitido”, e ainda uma varanda para o exterior, onde os sócios podem realizar os treinos com vista para a piscina.

Para Hélio Dias, “esta era uma obra que já queríamos realizar há algum tempo e que por sua vez vai permitir que os sócios se sintam mais seguros para poderem retornar aos treinos”.

A par disso também reforçou o serviço de limpeza em ambos os espaços, destacando uma pessoa específica para efetuar a mesma em diversos momentos do dia, com especial incidência nos balneários. Igualmente foi colocado um desinfetante em cada equipamento, em que cada utilizador fica encarregue de desinfetar antes e depois da utilização, e todas as superfícies porosas como as pegas foram revestidas com película aderente, que diariamente são substituídas.

As aulas de grupo, que necessitam de uma pré marcação, também sofreram uma redução de participantes, de forma a garantir o distanciamento físico de pelo menos três metros entre praticantes. “Entre aulas, o espaço é todo vaporizado com um desinfetante e deixado a arejar durante 20 minutos”, explicou o responsável pelo espaço.

Ambos os ginásios não reduziram o número de equipamentos, apenas sofreram “algumas alterações”. Nesse sentido, os equipamentos estão posicionados para o mesmo lado, de forma a evitar um “frente a frente” com outros equipamentos ou corredores de circulação, mesmo que garantidos os três metros de distância, e no caso do Queen’s 2, situado ao pé do registo civil, excluíram a arena dedicada ao treino funcional para ampliar o espaçamento entre máquinas. Foram ainda criados circuitos de entrada e saída dos Queen’s, de modo “a tentarmos dar a volta à questão e fazer com que os nossos sócios tenham exatamente a mesma experiência sem grandes restrições”.

Apesar de continuarem a apostar na plataforma Queens At Home, Hélio Dias referiu que “há muitas pessoas que queriam voltar ao ginásio, sabendo que estão em segurança, com as aulas outdoor”. Além disso, “a nossa ideia é passar o máximo possível do ginásio para o outdoor, com várias estações”.

Durante o tempo em que esteve encerrado, o Queen´s Fitness Club aproveitou para ajudar associações solidárias da cidade e estabelecer um protocolo com as mesmas. Foi o caso das Fadas Janotas, sendo um meio das doações angariadas chegarem às pessoas que precisam.

Aulas presenciais no pavilhão da Escola Bordalo Pinheiro

Quem também redirecionou as aulas presenciais para um espaço exterior foi o ginásio da cadeia Fitness Factory. Com um “estúdio 3” instalado no pavilhão do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, as aulas de grupo retomaram no dia 8 de junho.

“Entre as mudanças destacamos as aulas presenciais no pavilhão da escola, que tem capacidade para albergar até 20 pessoas, com o devido distanciamento exigido pela DGS”, explicou o diretor do ginásio de Caldas da Rainha, Henrique Martins.

Localizado junto ao Agrupamento de Escolas D.João II, o ginásio, que contava com apenas dois estúdios para aulas (força e dança, body & mind e spinning) e uma sala direcionada para o treino funcional, sofreu “algumas mudanças para respeitar as normas de segurança impostas pela DGS”. “O estúdio 2 transformámos em duas estações da sala de exercício, em que só pode estar a treinar uma só pessoa de cada vez, com pelo menos três metros de distância”, explicou o responsável.

A sala de exercício também deu lugar a nove zonas individuais de treino, com um kit de cardio e de peso, a bicicleta de spinning, e um colchão para abdominais, e o estúdio 1 onde normalmente decorriam as outras aulas passou a ser uma zona funcional. Para ambos os espaços, bem como as aulas, os clientes terão de reservar através da aplicação MyFactory, ou então pelo telefone ou email, de modo “a que o regresso dos nossos sócios seja mais fácil, seguro e cómodo”.

Todas as reservas de treino têm um tempo máximo de 60 minutos e as aulas de grupo de 30 minutos, tendo estas que serem reservadas com 12 horas de antecedência, e só uma vez por dia. O check-in também é feito através de QR Code.

Os equipamentos com superfícies porosas foram revestidos com película aderente, que é substituída diariamente, e ainda foi reforçada a higienização diária do espaço, através de um funcionário responsável pelo efeito.

No que diz respeito ao clube, “as alterações também são evidentes, desde logo na entrada do espaço”, com a instalação de sinalética no chão e dos dispensadores de gel desinfetante para higienizar as mãos, e os pés antes e depois de entrar no ginásio. “Depois é medida a temperatura de cada utilizador, que posteriormente recorre à sua pulseira para passar no torniquete de entrada e dirige-se ao balneário para colocar o calçado”, explicou o responsável, adiantando que cada cliente antes de entrar no espaço de treino terá de aguardar pelo treinador, que posteriormente lhe explica as alterações.

A cadeia de ginásios também é responsável pelo Balance, que registou igualmente algumas mudanças, mas de “uma forma mais fácil”, devido à área exterior. Também celebrou um protocolo com o Caldas Sport Clube, que disponibilizou o campo sintético para treinos personalizados.

“Na realidade as pessoas estão com medo de ir para um sítio fechado, e por isso, o outdoor acabou por ser uma solução que até está correr melhor do que esperava”, adiantou Henrique Martins, esclarecendo que os dois meses de encerramento acabaram por provocar a perda de alguns clientes, sobretudo, “os mais velhos, que frequentavam no período da manhã as aulas de pilates”.

Outra novidade foi a alteração do horário de funcionamento do Fitness Factory, com uma interrupção de uma hora, das 14h00 às 15h00, para limpeza e arejamento do espaço, e o encerramento do estúdio ao domingo.

Neste momento, o ginásio tem capacidade para acolher até 19 pessoas por hora.

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