Os resultados foram apresentados numa reunião em que estiveram presentes elementos da administração da empresa, Joana Torres e João Paula, o presidente da Câmara Municipal do Bombarral, Ricardo Fernandes, o delegado de saúde regional, Jorge Nunes, a autoridade de saúde local, Maria João Melo, e o coordenador municipal de proteção civil, Sérgio Morais.
Numa primeira fase tinham sido efetuados trinta testes, em que foram detetados com Covid-19 onze trabalhadores, motivando a realização dos restantes exames, e enquanto os resultados dos testes não eram conhecidos cerca de trinta pessoas, entre funcionários e familiares, ficaram em isolamento profilático em casa, sem afetar o funcionamento da central fruteira.
A empresa assegurou que no âmbito do plano de contingência tinha aumentado para hora e meia o intervalo entre o fim do primeiro turno e o início do segundo para não haver cruzamento de trabalhadores, e para evitar a aglomeração de pessoas tinha também dividido os colaboradores por várias pausas para o almoço e lanche.
Uma trabalhadora do turno da noite contou que “usamos desinfetante, tapetes com desinfetante, estamos sempre a lavar as mãos e usamos máscaras e viseiras”.
Outra trabalhadora do turno de dia que estava de folga foi à central fazer o teste e disse que recebeu como recomendações “usarmos a máscara e não nos aproximarmos demasiado das pessoas enquanto não soubermos o resultado”.
“O ambiente está tranquilo e quem não está infetado pode vir trabalhar”, declarou outra trabalhadora.
Os primeiros casos de infeção “estão relacionados com o facto de haver trabalhadores a conviver sem máscara uns com os outros durante a hora de almoço”, explicou à Lusa Joana Torres, diretora de recursos humanos da empresa.
Até hoje, o surto “ainda não está a pôr em causa o fornecimento” de frutas para o mercado externo e para três cadeias de hipermercados, mas, “se o foco de infeção aumentar, pode pôr em causa” esse fornecimento, admitiu a responsável da empresa.
A situação preocupou a Câmara Municipal, porque no concelho do Bombarral até agora o número de infetados era escasso. “O comportamento da população foi exemplar e isso traduziu-se no número de casos sempre baixo. A situação alterou-se radicalmente a partir do primeiro dia da terceira fase de desconfinamento”, manifestou o presidente da Câmara, que alertou, em conferência de imprensa, que “comportamentos menos cuidados poderão colocar tudo a perder”, tendo pedido aos trabalhadores que fizeram o teste para que, enquanto aguardassem o resultado, “se confinem voluntariamente em casa e não andem a disseminar a possível contaminação”.
“Temos uma cadeia de transmissão ativa no concelho com repercussões nos concelhos vizinhos”, admitiu o autarca, que receia que a pandemia chegue a outras centrais fruteiras do Bombarral (foi identificado o caso de uma funcionária infetada na Primofruta, em Azambujeira dos Carros) e uma das medidas que a Câmara admite tomar poderá passar pelo encerramento de esplanadas na vila para diminuir o risco de propagação do vírus.
Num primeiro momento, foi decidido fazer um reforço da sensibilização junto dos estabelecimentos de restauração e bebidas, no sentido de adotarem a melhores práticas no que diz respeito ao distanciamento entre clientes e com vista à redução dos ajuntamentos de pessoas.
O concelho do Bombarral regista neste domingo um total de dezoito casos confirmados, dos quais treze estão ativos (sete inerentes à situação registada na empresa O Melro). Todos estes casos encontram-se em isolamento ativo, estando a situação a ser devidamente acompanhada pelas autoridades de saúde.
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