Enquanto os resultados dos testes não são conhecidos cerca de trinta pessoas, entre funcionários e familiares, encontram-se em isolamento profilático em casa, mas a central fruteira mantém-se em funcionamento.
A situação está a preocupar a Câmara Municipal, porque no concelho do Bombarral até agora o número de infetados era escasso. “O comportamento da população foi exemplar e isso traduziu-se no número de casos sempre baixo. A situação alterou-se radicalmente a partir do primeiro dia da terceira fase de desconfinamento”, manifestou o presidente da Câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes, que alertou, em conferência de imprensa, que “comportamentos menos cuidados poderão colocar tudo a perder”.
“Temos uma cadeia de transmissão ativa no concelho com repercussões nos concelhos vizinhos”, admitiu o autarca. Dos onze infetados, cinco são residentes no concelho do Bombarral.
A autarquia está a acompanhar a evolução dos casos e consoante os resultados dos testes irá definir medidas. “É expectável que se venha a verificar um aumento do número de casos confirmados nos próximos dias, estando a situação a ser devidamente acompanhada pelas autoridades de saúde”, referiu Ricardo Fernandes.
Há no entanto o receio de que a pandemia chegue a outras centrais fruteiras do Bombarral (foi identificado um caso na Primofruta, em Azambujeira dos Carros) e uma das medidas que a Câmara admite tomar poderá passar pelo encerramento de esplanadas na vila para diminuir o risco de propagação do vírus.
Num primeiro momento, foi decidido fazer um reforço da sensibilização junto dos estabelecimentos de restauração e bebidas, no sentido de adotarem a melhores práticas no que diz respeito ao distanciamento entre clientes e com vista à redução dos ajuntamentos de pessoas
No concelho do Bombarral foram hoje registados mais quatro novos casos positivos de Covid-19, passando a um total de onze ativos. “Com exceção de um dos novos casos, os restantes estão relacionados com a atual situação que se verifica na empresa O Melro, revelou a Câmara.
A empresa assegurou que no âmbito do plano de contingência tinha aumentado para hora e meia o intervalo entre o fim do primeiro turno e o início do segundo para não haver cruzamento de trabalhadores, e para evitar a aglomeração de pessoas tinha também dividido os colaboradores por várias pausas para o almoço e lanche.
Uma trabalhadora do turno da noite contou que “usamos desinfetante, tapetes com desinfetante, estamos sempre a lavar as mãos e usamos máscaras e viseiras”.
Outra trabalhadora do turno de dia que estava de folga foi à central fazer o teste e disse que recebeu como recomendações “usarmos a máscara e não nos aproximarmos demasiado das pessoas enquanto não soubermos o resultado”.
“O ambiente está tranquilo e quem não está infetado pode vir trabalhar”, declarou outra trabalhadora.
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