Admitindo que a amostra de respostas “não seja totalmente representativa”, segundo este barómetro, mantém-se o elevado número de empresas afetadas economicamente pela Covid-19 (cerca de 38 500). Enquanto no final de março, a AIRO estimava haver 10.603 desempregados na região, esse número terá subido para 12.141, no final de abril, estimou a associação.
Em relação ao questionário, cem empresários afirmaram ter uma diminuição das vendas superior a 80%, 23 demonstraram uma diminuição do volume de negócios entre 60 a 80%, 33 disseram sofrer uma quebra entre 40 a 60%, 30 entre 20 a 40% e 23 apontam para uma quebra inferior a 20%, havendo 14 sem diminuição do volume de negócios. É ainda de destacar que seis empresas conseguiram aumentar o volume de negócios.
Das 201 respostas obtidas, 77 empresários afirmaram manter a atividade da empresa como estava antes da pandemia. Segundo a AIRO, “este número de respostas demonstra que grande parte dos empresários não tem previstos ainda planos de reestruturação face à Covid-19, apesar de terem identificado alterações à sua atividade”.
“Na maioria das questões os empresários mantêm as mesmas tendências de resposta, revelando-se sensibilizados para o perigo que esta pandemia representa para a economia do país. No entanto, denota-se um ligeiro aumento de confiança nos inquiridos, face ao questionário anterior, no que diz respeito à resposta do tecido empresarial à crise, que poderá estar relacionado com as medidas divulgadas de desconfinamento gradual”, manifesta a associação empresarial.
Quando questionados acerca do regresso à normalidade, a maioria “acredita que a sua atividade empresarial voltará ao normal num período superior a um ano”, enquanto que na versão anterior do barómetro “116 dos inquiridos previam que as suas atividades retornassem à normalidade dentro de três a seis meses”.
No que diz respeito à confiança nas medidas propostas pelo governo, “é notória a falta de confiança, tendo a mesma aumentado relativamente ao mês de março. No mês de março a desconfiança era de 64,6%, tendo aumentado para 73,7% de empresas que afirmam não estar confiantes ou pouco confiantes”. “Este facto poderá estar relacionado com a demora no recebimento de apoios financeiros (89,4% não tinham à data de aplicação do questionário recebido nenhum dos apoios solicitados)”, descreve a AIRO.
Quanto ao risco de encerrar definitivamente, no questionário atual a maioria das empresas afirma que existe um risco baixo da empresa cessar funções, sendo possível verificar um decréscimo nas respostas apontando para o risco de encerramento da atividade, indo ao encontro da confiança dos empresários da região (51,18%) na capacidade própria de combate aos impactos económicos provocados pela Covid-19.
O barómetro pretende auscultar o tecido empresarial do Oeste ao longo das diversas fases desta pandemia. Destinado às empresas sediadas na região, o segundo questionário foi aplicado entre o dia 24 de abril e o dia 4 de maio.
As 229 respostas validadas representam os diversos setores de atividade da Região Oeste, empregando um total de 2571 recursos humanos. Houve 83 respostas de empresas sediadas em Caldas da Rainha, 45 na Lourinhã, 11 em Alenquer, 19 em Óbidos, 12 na Nazaré, 8 em Peniche, 1 em Sobral de Monte Agraço, 10 em Torres Vedras, 21 em Alcobaça, 8 no Bombarral e 11 no Cadaval.
Das empresas inquiridas, 14 laboram no setor primário (produtos alimentares), 4 no setor primário (outras áreas), 19 no setor da indústria, 65 no turismo, 49 no comércio, 55 em serviços, e 23 noutros setores não identificados.
Quanto ao volume de negócios, 75 participantes afirmam enquadrar-se entre 100 000€ a 499 999€, 45 entre 50 001€ a 99 999€, 47 inferior a 50 000€, 29 entre 1 e 5 milhões de euros, 24 de 500 000€ a 999 999€ e por fim 9 a faturarem mais de 5 milhões de euros.
O próximo questionário será aplicado de 26 a 31 de maio.
0 Comentários