A bombeira estagiária Inês Oliveira, da corporação de Óbidos, cantou “Hallelujah”, no final do ciclo de quinze dias de atividade operacional da Brigada Charlie.
A música, cujo significado é “louvar a Deus”, simboliza, segundo a corporação, “a fé e espiritualidade que todos os operacionais vivenciaram”, durante o regime de internato no quartel, “podendo agora regressar a casa com pleno sentimento de ‘missão cumprida’ e afirmando: ‘Aleluia, chegámos ao fim'”.
Este momento tem sido apontado como uma inspiração para os soldados da paz prosseguirem com o seu trabalho, mais difícil em tempos de pandemia.
“Dedicámos este tema a todos os bombeiros a nível nacional e internacional, como uma mensagem de coragem e de esperança. Acho que nenhum de nós está habituado a ficar confinado duas semanas no quartel. O pior foram as saudades da família”, comentou Inês Oliveira.
Durante o regime de internato, realizaram transportes de doentes suspeitos e confirmados com Covid-19, responderam a dezenas de missões de emergência pré-hospitalar, combateram incêndios urbanos e até eliminaram três ninhos de vespas velutinas.
“Tivemos muito serviço operacional, para além da média, e muita formação”, relatou José Carlos, bombeiro chefe.
No quadro da corporação de Óbidos existem 110 elementos, dos quais 27 são profissionais, que foram divididos em três brigadas que rotativamente asseguram o serviço operacional de primeira intervenção, dispensando assim os que são voluntários, com o objetivo de não os expor ao risco de contágio com o coronavírus.
“Inicialmente dispensámos todos os voluntários do serviço operacional e numa segunda fase, por proposta dos profissionais, estabelecemos medidas relevantes à proteção deles e dos colegas e familiares, ou seja, quantas menos pessoas estivessem dentro do quartel menor era a probabilidade de contágio”, explicou Marco Martins, comandante dos bombeiros de Óbidos.
Os elementos da brigada Charlie puderam voltar para junto das suas famílias, das quais estiveram privados durante quinze dias. Vão ficar um mês em casa, entrando ao serviço a Brigada Alfa.
Os operacionais da Brigada Charlie são David Santos, Vítor Felizardo, João Delgado, André Duarte, Louis Azevedo, Rodolfo Ramos, André Costa e Inês Oliveira, liderados pelo bombeiro chefe José Carlos.
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