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A transição digital das empresas é uma obrigação de sobrevivência

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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A pandemia da Covid-19 pode vir a modificar o modo de vida das sociedades atuais. Um fator decisivo dessa transformação são as novas tecnologias, que com as pessoas a estarem confinadas em casa ganharam uma importância maior na forma de trabalhar e nas relações sociais.
Paulo Pinto, presidente da D. Dinis Business School

Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, Paulo Pinto, presidente da D. Dinis Business School, CEO (diretor Executivo) da La Redoute Portugal, disse que as novas tecnologias e a inovação são “a maior arma para vencer” as dificuldades colocadas pela atual pandemia, mas igualmente, em geral, os desafios que a economia nacional vier a enfrentar no futuro.

O docente da Formação de Executivos da Nova School Business & Economics, diz que o mundo “está a viver a primeira grande experiência síncrona de teletrabalho e de teleconferências”.

Na sua opinião, as iniciativas digitais nesta área para vencer as restrições sociais de combate à pandemia constituem uma experiência que, também no futuro, pode contribuir para “a evolução do ser humano perante o trabalho e a tecnologia”. “O teletrabalho vai aparecer como incontornável nos contratos de trabalho”.

Para este responsável, que é membro da direção da Nerlei e sócio fundador da Start-up Leiria, as organizações vão ter quase todas ter “tecnologia de controle”. “

Segundo Paulo Pinto, que é também orador em diversos seminários sobre a temática do comércio digital, “vamos ter uma mudança de mindset nos padrões de gestão. As empresas familiares, que estão em extrema maioria na nossa região, vão ter um enorme desafio pela frente. Vamos ver empresas a afastarem-se de grandes urbes e privilegiar a qualidade de vida e à procura de zonas descomprimidas”.

“Esta crise vai destacar algumas profissões e vai redefinir prioridades nos nossos jovens”, apontou.

No seu entender, existe um conjunto de novidades que entraram de rompante na vida dos portugueses e o “teletrabalho foi uma delas”. “Algumas profissões e organizações já utilizavam as teleconferências e o teletrabalho, mas agora é uma obrigação que veio por a nu a não preparação em muitas organizações dessas soluções”, referiu. “Quantos colaboradores têm laptop e podem andar sempre com eles? Acessos com VPNs seguras? Procedimentos de controle de cyberataques?”, questionou, acrescentando que em “paralelo a isso existem novas missões que têm que ser criadas para a gestão das redes e a monitorização de todas essas ferramentas”.

Para este responsável, as “ferramentas de comunicação são a grande prioridade do momento”.

É principalmente feita através de aplicações como “a Zoom, Teams, Skype, Meet e outras. Depois, noutro registo, temos ferramentas de venda como aplicação para o e-commerce”, explicou.

O presidente da D. Dinis Business School considera que todos vão tirar proveitos dessas ferramentas. “Elas já eram utlizadas em determinadas áreas, mas agora vão ser generalizadas”, apontou, adiantando que “o ensino vai assentar a sua atuação num modelo bipolar – o presencial e à distância. Outros setores vão poder alargar os seus serviços e rever a sua estratégia”.

Para as empresas, “a transição digital era ontem uma estratégia, hoje uma obrigação de sobrevivência”, salientou.

Vendas online cresceram nos alimentos e eletrónica

A economia estará a braços com uma grave crise, cujos estragos ainda é precoce calcular. Segundo Paulo Pinto, “no arranque desta crise as vendas online quer em Portugal quer no resto da Europa só cresceram em duas áreas, os bens alimentares e a eletrónica (laptops e material de apoio informático), todos os outros setores viram as suas vendas decrescerem por não serem bens de primeira necessidade”.

“Após um mês, notamos uma recuperação de todos os setores online, mas continuamos inferiores ao ano anterior porque a situação de layoff que está a crescer e o receio no futuro está a reduzir todo o tipo de consumo, exceto o alimentar”, contou.

No entanto, segundo o CEO da La Redoute Portugal, “agora inúmeras empresas que não vendiam online começaram a fazê-lo e isso é benéfico para esse canal a médio/longo prazo”.

Quanto a Portugal estar avançado em termos tecnológicos, o doente diz que o progresso tem que ser avaliado em dois padrões – “as infraestruturas e o suporte tecnológico usada pelas organizações, empresas e utilizadores”.

“Em termos de infraestruturas, Portugal tem estado nos últimos dez anos bem preparada e a preparar o futuro, com destaque na rede 5G”, contou.

Curiosamente, diz Paulo Pinto, é na “área tecnológica que o estado e serviços públicos estão mais evoluídos que as empresas privadas”. “As empresas veem-se agora obrigadas a investir na tecnologia, algo que muitas estavam a adiar ou à espera dos fundos comunitários”, explicou.

Empresas estrangeiras procuram conhecimento informático português

Outra realidade positiva para Portugal é, de acordo com este responsável, que “temos vindo a captar investimento estrangeiro de empresas que procuram os conhecimentos técnicos dos nossos trabalhadores nas áreas da informática”.

“O nosso ensino tem sabido formar profissionais nessa área, competentes e hoje existe um reconhecimento internacional dessas valências”, informou, acrescentando que “todos esses pontos mostram que estamos no bom caminho, havendo, claro, muito para fazer, porque a velocidade da evolução tecnológica é estonteante”, relatou.

Quanto ao ensino à distância até o 9º ano no 3º período, o professor considera que “escolas têm que se adaptar a esta nova realidade que vai passar a ser uma constante durante um longo período”. “Como sempre umas irão mais depressa de que outras, não podemos esquecer que existem aqui diferentes desafios. E como sempre o maior não é tecnológico, mas humano”, apontou, questionando se todos “os docentes têm preparação ou motivação para este novo desafio?”.

No entanto, é da opinião que o mais importante é “dar meios aos alunos terem acesso à tecnologia”. “E esse é o principal desafio. Não estamos só a falar em dar laptops para todos, mas sim criar acessos à rede para todos e nas mesmas condições de igualdade e equidade”, sublinhou.

Segundo Paulo Pinto, é possível dar computadores a todos a um preço mais acessível, mas “o acesso à internet será a maior dificuldade porque se só 5% não têm, a qualidade da rede para quem tem acesso é variada e pode criar desigualdades entre os alunos”, apontou, acrescentando que “as famílias com melhores condições financeiras terão acesso Às redes de forma mais eficiente e essa diferença não é concebível”.

Não mobilidade reforça a necessidade de informação

Segundo o docente, sem a tecnologia existente o vírus teria “mais pontos negativos”. Na China, segundo o fundador da Start-up Leiria, “a utilização do digital permitiu controlar onde estavam as pessoas, confinar as pessoas nas suas casas e monitorizar o flagelo”.

Para o diretor executivo, os meios de comunicação “têm o dever de informar e a não mobilidade reforça a necessidade de informação e de convívio que existe nas redes sociais”.

“O consumo de televisivo cresceu mais 1h54. Hoje as pessoas estão mais bem informadas e sabem tudo o que sucede à volta sem saírem de casa”, referiu.

Segundo o docente “o Facetime vai dar lugar a outras plataformas como o Zoom, Teams, Skype e a televisão tradicional e cabo a novos figurinos como a Netflix”. “Enquanto que antes da pandemia essas aplicações eram para famílias que viviam separadas por milhares de quilómetros, hoje o nosso dia a dia vai ser preenchido com essas tecnologias para falar, vigiar, socializar e acompanhar quem esteja isolado”, vincou.

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