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O hospital das Caldas transformou-se para receber doentes com Covid-19

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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A pandemia obrigou a unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) a transformar-se para responder às necessidades específicas e de isolamento de infetados com o novo coronavírus.
Equipa de medicina interna num momento de descontração

A equipa de medicina interna que está à frente dos cuidados dos doentes infetados com o novo coronavírus teve que se “reinventar e adaptar a esta nova realidade”.

“Fomos postos à prova profissional e psicologicamente”, conta Joana Louro, especialista em medicina interna do CHO.

Dentro da unidade hospitalar das Caldas, “enfrentámos o medo e ganhámos força para lutar contra a pandemia. E o medo só se vence com organização e competência”, disse ao JORNAL DAS CALDAS Joana Louro. “Este período que vivemos permite-nos perceber os profissionais de excelência que temos no nosso hospital e os internos brilhantes e tenho um orgulho imenso de fazer parte desta equipa absolutamente extraordinária que conseguiu reestruturar-se de uma forma científica e tecnicamente impecável e ao mesmo tempo tão humana e solidária”, afirmou.

A médica recordou que a reorganização não foi fácil, pois “estamos a trabalhar num hospital com dimensões muito pequenas e sem os serviços de infeciologia, pneumologia e cuidados intensivos, o que foi uma sobrecarga de trabalho num hospital que tem uma equipa reduzida e que já está brutalmente sobrecarregada do ponto de vista assistencial”.

Segundo Joana Louro, o hospital trabalha muito com “prestadores externos, nomeadamente a nível de urgência e nesta fase não era possível, porque esses prestadores estavam a ser requisitados para outros hospitais e porque era importante termos uma equipa coesa, muito preparada e permanente a trabalhar na pandemia para minimizar o erro”.

“Estudámos todos os artigos publicados a nível internacional, ficando cada um com diferentes tarefas e também cada um especializou-se em determinadas áreas, para que assim pudéssemos estar ultra preparados em todas as vertentes”, explicou, revelando que a equipa “tornou-se unida, com um espírito de missão, de entreajuda e entrega”.

Dividiram o hospital num circuito limpo e num circuito Covid, ficando os médicos mais seniores no circuito limpo por serem pessoas de maior risco, e os mais novos no Covidário.

Segundo esta profissional de saúde, “percebemos logo um que dos segredos do sucesso seria uma pré-triagem para dividir para um lado todas as patologias não Covid e para a outra os doentes com a Covid-19”. Criaram ainda uma enfermaria intermédia para que, no caso de terem um doente com um teste falso negativo e que mais tarde pudesse dar positivo, não infetasse doentes com patologias diferentes.

Joana Louro informou ainda que aprenderam com a experiência de colegas de Espanha e a “criar e verificar protocolos, antecipando mesmo as normas da Direção-Geral da Saúde”.

“Se foi muito difícil reestruturar a equipa numa fase inicial em que foi preciso elaborar tudo quase de raiz, agora é preciso manter a equipa motivada, forte do ponto de vista emocional e atualizada do ponto de vista científico durante muito tempo”, declarou.

Quanto aos voluntários que costuram o equipamento de proteção individual para ajudar o hospital das Caldas da Rainha no combate à pandemia, Joana Louro diz que têm “ajudado muito”. “É um equipamento de qualidade e permite trabalhar em segurança”, apontou, acrescentando que costuma dizer que aquele material “nos protege e aquece-nos o coração”.

No dia 15 de abril o Covidário do CHO teve a primeira alta hospitalar de uma doente de 76 anosque deixou de estar infetada.

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