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Menos de metade da frota de pesca na Nazaré está a ir ao mar

Francisco Gomes

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Menos de metade da frota piscatória na Nazaré está a laborar, não só por falta de mercados para escoar o peixe, mas também porque “o pessoal nega-se a ir ao mar, com medo da Covid-19”, revelou o presidente da associação de armadores e pescadores, Joaquim Zarro.
Os pescadores pedem a atribuição de um subsídio mensal

“O grande problema é que numa embarcação de pesca, por muito grande que seja, torna-se impossível fazer a distância adequada, porque a maior parte dos trabalhos tem de ser com os pescadores juntos”, fez notar o responsável, revelando que não é conhecido nenhum caso de pescadores infetados na Nazaré.

Com os mercados “limitados”, os restaurantes “fechados” e sem haver exportação, “não compensa ir ao mar”.

Joaquim Zarro questionou também “a descida dos preços ao pescador” de algumas espécies, como pescada, pargo e goraz, embora “nos supermercados os preços estejam a aumentar”.

O responsável pela associação enviou ao Ministério do Mar uma carta a solicitar um pacote de medidas de apoio à pesca artesanal, pedindo ao Governo que intensifique o controlo aos preços do pescado, alertando para a quebra de rendimento na pesca artesanal e os riscos de paragem da atividade, devido à pandemia de covid-19.

No documento, subscrito igualmente pela Câmara Municipal da Nazaré, os pescadores pedem “a atribuição de um subsídio mensal, com efeitos imediatos”, de valor no mínimo igual ao salário mínimo nacional, para todos os pescadores que efetuam descontos para a segurança social.

Uma das medidas decretadas pelo Governo é a suspensão das taxas de acostagem durante 90 dias e a aprovação de uma linha de crédito de 20 milhões de euros, o que os pescadores consideram estar “longe de mitigar problemas neste setor e de o tornar sustentável”.

Entretanto, o Governo suspendeu entre 10 de abril e 31 de maio a pesca ao fim de semana, para “contribuir para o ajustamento entre a oferta e a procura” durante a pandemia. Segundo a portaria do Ministério do Mar, a pesca em águas sob jurisdição nacional está proibida entre as 22h de sexta-feira e as 22h de domingo, até ao final do próximo mês.

Enquanto isso está atrasada a definição da quota para a pesca da sardinha, porque falta apreciar o trabalho do cruzeiro do Instituto Português do Mar e da Atmosfera que avalia a quantidade de sardinha existente e que terminou essa pesquisa pouco tempo antes de entrarem em vigor as condicionantes impostas pela pandemia. Pescadores portugueses e espanhóis enviaram uma proposta conjunta aos governos de cada país defendendo um limite de captura de doze mil toneladas de sardinha para 2020.

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