O material de proteção foi entregue nas Caldas pelo Politécnico de Leiria, em conjunto com a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria, na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), no dia 7 de abril.
A iniciativa surgiu de um processo de impressão 3D do suporte de cabeça destas viseiras. “Com o desenvolvimento de um molde, há já várias empresas com capacidade de produção destas viseiras que podem fornecer o mercado nacional e internacional e garantir a manutenção de postos de trabalho”, disse Rui Pedrosa.
“Perante o estado de pandemia em que nos encontramos, e havendo falta de material de proteção, em especial para profissionais de saúde que estão em constante contacto com doentes infetados, quisemos de imediato pôr os nossos conhecimentos e investigação ao serviço da sociedade”, referiu o presidente do IPL.
As viseiras de proteção individual podem ser “reutilizadas e higienizadas, porque têm essa resistência”, apontou.
Rui Pedrosa referiu que vão fazer chegar viseiras aos Centros de Saúde de Alenquer e Arruda dos Vinhos, que não fazem parte do ACES Oeste Sul e ACES Oeste Norte.
O presidente do IPL revelou ainda que estão em articulação com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e ARS de Lisboa e Vale do Tejo para a possibilidade de criar um centro de análises (testes) à Covid-19 na estrutura científica Cetemares – Centro de Investigação e Desenvolvimento, Formação e Divulgação do Conhecimento Marítimo, onde há “condições e equipamentos”.
O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, que representou o presidente do OesteCIM, Pedro Folgado, que não pôde estar presente, disse esperar que as viseiras possam “contribuir de alguma forma para a mitigação do contágio, em especial de médicos, enfermeiros e outros profissionais, cuja integridade física é fundamental para conseguirmos fazer frente a esta situação”.
A iniciativa resulta de uma colaboração que junta o IPL, diversas empresas da região de Leiria e a autoridade distrital da Proteção Civil.
70 profissionais de saúde de quarentena
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, destacou a onda de solidariedade que tem existido e que o equipamento de proteção individual é sempre bem-vindo porque apesar das várias ofertas “é sempre um equilíbrio instável, porque os fornecedores não satisfazem as encomendas que são feitas”. “Estamos melhor do que estávamos há umas semanas, mas temos que antever o futuro porque não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias”, relatou, adiantando que “é preciso fazer uma gestão criteriosa do que existe”.
Segundo Elsa Baião, o CHO tem cerca de 70 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros técnicos e auxiliares, de quarentena, o que “levou a uma nova organização dos serviços no sentido de dar resposta”.
“O hospital está organizado com uma área Covid-19 e não Covid-19, e apesar de não termos as nossas instalações adequadas para criar o circuito próprio, até à data a situação está tranquila”, contou.
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