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Caldenses descrevem como vivem fechados em casa para evitar a Covid-19

Mariana Martinho

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A epidemia de Covid-19 rapidamente se alastrou por todo mundo. Milhares de pessoas foram infetadas, centenas morreram e milhões estão resguardadas nos seus domicílios. Nesse sentido, o JORNAL DAS CALDAS continua a recolher testemunhos de caldenses para saber como vivem “fechados em casa”.
Margarida Abegão

Praticamente em todos os países foram proibidos os eventos públicos, o que acabou por afetar muitas pessoas, como é o caso da jovem caldense gestora de eventos, Margarida Abegão, de 28 anos, que viu todos os eventos planeados serem cancelados.

“As medidas iniciais tomadas pelo governo foram cruciais para o cancelamento de todos os eventos que tínhamos em plano”, sublinhou a jovem, adiantando que “não existe neste momento uma data de término para esta pandemia e não sabemos de que forma, quando tudo voltar ao normal, conseguiremos ter autorização para a presença de aglomerados de pessoas num mesmo espaço”.

Em casa desde o dia 13 de março, Margarida Abegão continuou a trabalhar, mas “o planeamento numa área como a nossa acabou por se tornar difícil”. Como tal, “neste momento, o futuro é uma incógnita e estamos a procurar soluções de alternativas para todos nós”.

Apesar de estar em casa, a jovem tenta manter todas as rotinas, bem como os horários das refeições, e ainda assistir às aulas em regime on-line da pós-graduação em Marketing Digital, no ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa, o que a ocupa grande parte do tempo. Pontualmente, aproveita para dar uma caminhada pelo bairro onde mora.

No que diz respeito às idas ao supermercado, que eram até então “momentos de descontração para todos, e que agora são momentos de tensão, pois não sabemos quem tem o vírus, quem tocou no quê e faz-nos confusão a forma como nos podemos proteger”, Margarida Abegão opta por fazer em segurança, com máscara e gel desinfetante.

Para a jovem, “nenhum de nós estava preparado para isto, por isso cabe a cada um dar a volta e encontrar soluções que nos permitam não entrar em stress”. Além disso, acredita, “se nos mantivermos em casa e essencialmente se não estivermos com os nossos mais velhos, será a melhor proteção que podemos ter e lhes podemos dar para que se mantenham ainda vários anos connosco”.

Apesar das saudades já apertarem Margarida considera que “se cumprirmos as indicações da Direção-Geral da Saúe e do Governo, os abraços que depois daremos à nossa família e amigos serão ainda melhores”. No seu entender, “o estado de emergência declarado no país e as medidas de controlo de circulação de pessoas têm-nos ajudado bastante a manter os dados de infetados dentro da normalidade”.

Relativamente às medidas de apoio ao emprego como o lay-off, “apesar dos constrangimentos iniciais para recorrer a estes apoios, depressa percebemos que o caminho seria a facilitação deste processo e evitar assim que existissem tantos despedimentos já no curto prazo”.

A par da situação, a gestora de eventos refere que “a epidemia de Covid-19 veio trazer-nos bastantes alterações tanto psicológicas, pelo medo deste vírus, como físicas, de confinamento à nossa casa. Acredito que só assim conseguiremos combater este inimigo invisível”.

“Este vírus efetivamente é algo assustador”

Confiante que “se todos fizermos um esforço e cumprirmos com o ‘um por todos e todos por um’, isto passará mais rápido do que pensamos” também está a caldense Mafalda Ruivo, de 28 anos. Apesar de estar a trabalhar, embora com uma carga horária mais reduzida, a jovem sublinha que a pandemia teve “muito impacto na manutenção de clientes e objetivos a alcançar” no seu emprego. Ainda assim, a caldense considera que “isto vai permitir que possamos investir em outras estratégias e melhorar no que até então diríamos não haver tempo”, acreditando que “o recomeço será breve e ainda melhor”.

Para a jovem, a “quarentena deveria ter sido imposta mais cedo e de forma mais radical, no que diz respeito ao encerramento de determinados estabelecimentos ou postos de trabalho, visto que as mãos são a principal fonte de contágio e seria obviamente rápida a sua propagação”. Contudo, Mafalda mostra-se positiva e confiante, que “o venceremos juntos e quem sabe se ele não veio para nos colocar no lado certo da vida, apesar de continuar a haver pessoas a ir à praia ou a achar que nada lhes acontece”. “Todos temos de valorizar quem fica em casa, pois ficar fechado 24 sob 24 horas também é ser a abençoada ‘linha da retaguarda”, destaca a caldense, sublinhando que “este vírus efetivamente é algo assustador e merece a nossa atenção, respeito e cumprimento de regras preventivas e cívicas”.

Em casa, Mafalda aproveita o tempo para investir em coisas que realmente lhe fazem feliz e nas pessoas que são mais importantes para ela. “O tempo passa melhor quando desligo das quatro paredes e invisto em jogos que me trazem boas nostalgias e partilhas, livros que me motivam e alimentam a esperança e a determinação, aplicações que me proporcionam boas gargalhadas, videochamadas que me ajudam a continuar a cuidar dos meus e a matar saudades, e também de forma imprescindível o exercício físico que me mantém a sanidade mental e me dá boas energias”, refere a jovem.

Além disso aconselha as pessoas serem resilientes, “cumprindo o nosso dever, para que um dia consigamos ter de volta o nosso direito à liberdade”, sublinhou Mafalda.

No que toca aos mais velhos, a caldense apela que “ouçam o que vos dizem, e quando duvidarem, pensem que um jogo de cartas, um cafezinho ou um passeio pode ficar para depois, mas… e a sua vida? Será que pode ficar para depois?”.

“Não saio de casa a não ser para ir às consultas”

Quem também viu a sua vida ser afetada pelo surto de Covid-19 foi a caldense gestora de clientes Catarina Mendes, de 29 anos, que desde o dia 13 de março tem permanecido em casa, “por preocupação e medo”, mas também muito por se encontrar dentro de um grupo de risco, por estar grávida, “onde ainda não existe informação fidedigna e comprovada acerca da passagem do vírus entre mãe e filho”.

A trabalhar num ginásio em Caldas da Rainha, Catarina Mendes sublinha que até à primeira semana de março ainda não existia a noção da gravidade da situação, notando-se que “parte da população não cumpria as medidas preventivas”. Contudo, “essa atitude começou a inverter-se a partir do dia 13, em que o “pânico” e os cuidados começaram a crescer cada vez mais, tornando o quotidiano completamente atípico”.

Além disso foi “notória a grande preocupação, principalmente por parte de empresas, que optaram por encerrar portas”, como foi o caso do ginásio onde trabalha, que de “forma voluntária” decidiu fechar temporariamente os seus serviços presenciais, para não colocar em risco os seus clientes e respetivos colaboradores.

Desde esse dia, Catarina Mendes tem permanecido em casa, saindo apenas para ir às consultas que já estavam marcadas. “Por medo, mas principalmente por respeito a todas as pessoas que se encontram na linha da frente para que nada nos falte”, referiu.

Dentro do possível, a jovem tenho levado a quarentena de “forma tranquila”, aproveitando o tempo para preparar as coisas para a chegada do bebé, ver filmes e séries, fazer exercício físico, e “finalmente ter tempo para coisas que com a rotina do trabalho não eram tão fáceis, como confecionar pão em casa”.

“Há que ver as coisas pelo lado positivo e se há coisa que o povo português se queixa é de não ter tempo. Então, agora que o temos, vamos lá aproveitar!”, sublinhou a jovem, aconselhando que “todos fiquem em casa, e só saiam se for extremamente necessário”.

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