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Enfermeiro infetado faz encerrar serviço de urgência do Hospital de Peniche

Francisco Gomes

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A urgência do hospital de Peniche encerrou na noite desta sexta-feira, depois da confirmação de um enfermeiro infetado com a Covid-19.
Hospital de Peniche com urgência encerrada

Após tomar conhecimento do teste positivo a esse profissional de saúde, que teve múltiplos contactos com a equipa de serviço, a administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), da qual depende o Hospital São Pedro Gonçalves Telmo, resolveu encerrar o serviço de urgência básica.

A equipa que estava de serviço vai cumprir um regime de quarentena em domicílio. São ao todo três médicos, dezanove enfermeiros e dez auxiliares. “Foi-nos dito pela administração hospitalar e pelo delegado de saúde que os testes não devem ser feitos no imediato, mas sim passados cinco ou seis dias porque podíamos correr o risco das análises não serem conclusivas e serem dadas como falsos negativos. Estamos a exigir que os testes sejam feitos logo que possível”, manifestou o presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino.

Uma vez que o número de profissionais do serviço que não se encontra de quarentena não é suficiente para manter a urgência a funcionar, a administração está a tentar contratar uma nova equipa de profissionais que substitua aquela que esteve em contacto com o enfermeiro infetado, uma solução que poderá encontrar dificuldades em ser concretizada devido à atual situação de pandemia.

“Não podemos pôr em risco as pessoas que possam acorrer à urgência e por isso foi encerrada”, comentou Henrique Bertino, admitindo que “não será fácil contratar uma nova equipa, atendendo às circunstâncias, mas o que nos foi dito pela presidente da administração é que está a ser feito um esforço para reabrir o mais rápido possível“.

Quanto aos doentes que terão estado em contacto com o enfermeiro e com a equipa, o presidente da Câmara defendeu que também tem de ser feito o rastreio. “Os serviços estão a tratar disso. Recebi já uma mensagem de preocupação de uma pessoa que passou por aqui com o pai. Vamos apurar em pleno as pessoas que passaram por aqui e contactá-las para estarem de alerta, tomarem medidas de prevenção e ficarem em casa e as famílias também, para cortarmos a corrente e a situação não se agravar e tornar-se insuportável”, revelou.

Em relação aos doentes internados na medicina estão salvaguardados, segundo o autarca, por estarem noutra zona do hospital. “Não há acesso externo e não há visitas. De qualquer forma, a zona de entrada do hospital e a zona de acesso à urgência foram desinfetadas”, indicou.

Os restantes serviços da unidade de Peniche mantêm-se em funcionamento.

Segundo os dados revelados pelo Município de Peniche, neste concelho, até às 18 horas do passado domingo, tinham sido registados três casos positivos referentes a residentes no concelho e outros três casos positivos referentes a não residentes e que contam para a estatística de outros concelhos. Estavam em quarentena 62 pessoas e havia 30 suspeitos sob vigilância.

Várias alternativas para os doentes

Aos doentes que se dirigirem para a urgência está garantido o primeiro apoio no centro de saúde ao lado do hospital, das 8h às 20h, todos os dias, e fora desse horário os utentes devem dirigir-se à urgência médico-cirúrgica de Caldas da Rainha, unidade que também faz parte do CHO e para onde habitualmente são transportados os doentes que inspiram maiores cuidados.

A administração hospitalar informa que caso precisem de transporte, os utentes devem contactar o segurança da unidade de Peniche e dar conta dessa necessidade. Em alternativa devem ligar para o 112 para garantir o socorro e o transporte para um dos hospitais da zona, seja Caldas da Rainha ou Torres Vedras.

O Município de Peniche, no seguimento deste encerramento, também disponibilizou uma linha de apoio ao cidadão (262780112) para esclarecimentos sobre como proceder caso necessite de se deslocar a uma urgência médica hospitalar.

Na entrada da unidade caldense estará alocado um enfermeiro que fará uma pré-triagem e encaminhará o doente para o local apropriado de atendimento: Urgência pediátrica, obstétrica/ginecológica ou geral. No período entre a meia-noite e as oito da manhã o utente deverá acionar uma campainha para chamar o enfermeiro. Doentes com queixas respiratórias (tosse, febre e falta de ar) serão encaminhados de imediato para Zona de Triagem Respiratória.

Na urgência médico-cirúrgica da Unidade de Torres Vedras, os utentes com queixas respiratórias deverão dirigir-se ao Balcão 5 (à esquerda da entrada do Serviço de urgência, no exterior) onde será recebido por um enfermeiro que, após um questionário específico para validação de caso suspeito, encaminhará os mesmos para o espaço da Consulta Externa – Zona de Triagem Respiratória. Para as crianças o procedimento é idêntico, sendo as crianças encaminhadas para Serviço de Pediatria, onde existem áreas específicas para isolamento pediátrico.

Os episódios de urgência triados com as cores verde (pouco urgente) ou azul (não urgente) da triagem de Manchester estão a ser orientados para os Cuidados de Saúde Primários – Agrupamentos de Centros de Saúde Oeste Norte e Oeste Sul. Nestes casos, o utente deverá contatar o seu centro de saúde ou médico assistente, preferencialmente por telefone ou por e-mail, e seguir as orientações que lhe forem transmitidas. Os utentes devem contactar o seu centro de saúde Apenas se devem deslocar quando for absolutamente necessário ou indicação do médico ou enfermeiro após contacto telefónico.

PCP interroga Governo

A comissão concelhia de Peniche do PCP considera extremamente urgente a tomada de medidas que garantam todas as condições de proteção e segurança sanitária em todas as instalações do Hospital de Peniche e centros de saúde do concelho, ao mesmo tempo que apela à “reabertura urgente da urgência básica do Hospital com a deslocação de profissionais de outros hospitais, mesmo que fora do CHO, ou de profissionais que se voluntariaram para assegurar serviços de saúde durante este período”.

Os deputados do PCP na Assembleia da República já questionaram o Governo sobre que medidas urgentes são possíveis de tomar para garantir o normal funcionamento do Hospital de Peniche e da sua urgência básica.

Medidas preventivas no CHO

Nas três unidades do CHO já tinha havido implementação de novas medidas de prevenção que visavam reforçar a segurança e proteção de utentes, visitantes e profissionais.

Suspenderam-se várias consultas externas previamente agendadas, com exceção das consultas de oncologia, de paliativos, pós-operatório e de obstetrícia. Em alternativa serão implementadas consultas não presenciais em algumas especialidades.

Procedeu-se à suspensão da programação de intervenções cirúrgicas não urgentes e não oncológicas, à suspensão de sessões de medicina física e reabilitação, e a informação clínica dos utentes internados será passou a ser dada por telefone ao familiar indicado pelo utente como pessoa de contato.

Os utentes devem aguardar indicações de desmarcação de cirurgia e consulta, uma vez que se manterá a atividade urgente ou aquela que não interfira com a utilização de espaços necessários para o eventual isolamento e tratamento de doentes.

Solicita-se ainda que apenas sejam acompanhados os utentes a consultas em casos de dependência que inviabilize a deslocação individual ao Hospital.

A utilização de bares e refeitórios das três unidades hospitalares está restrita aos profissionais do CHO.

Medicamentos hospitalares nas farmácias

O CHO está também a agilizar a dispensa de medicamentos hospitalares através de farmácias comunitárias aos doentes que manifestem interesse em aderir a esta possibilidade, para evitar a deslocação ao hospital.

Os doentes que atualmente fazem o levantamento da sua medicação nas farmácias do CHO poderão manifestar o seu interesse junto deste centro hospitalar para que seja agilizado o processo de dispensa da sua medicação na sua farmácia preferencial.

Cabe ao CHO, perante uma manifestação de interesse por parte dos doentes, comunicar para a Linha de Apoio ao Farmacêutico, que articulará com as farmácias a resposta a dar a estes doentes.

30 camas se necessário em zona de acolhimento

No âmbito da atual crise pandémica, o Município de Peniche tem instalada uma zona de acolhimento para vítimas infetadas pelo novo coronavírus.

Com capacidade de trinta camas, este hospital de campanha, num pavilhão cuja localização a Câmara resolveu não divulgar, para evitar que as pessoas erradamente ali se desloquem, reúne as condições indicadas pela Direção-Geral de Saúde.

Será ativada em caso de necessidade para servir de apoio a hospitais da região.

NOTÍCIA ATUALIZADA NO DIA 30 DE MARÇO

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