A sociedade está a viver a primeira grande experiência de isolamento social obrigatório em simultâneo com o teletrabalho e teleconferências.
As escolas encerraram a 16 de março para tentar conter a disseminação do novo coronavírus e cerca de três mil crianças e jovens, da creche ao ensino superior, das Caldas da Rainha, estão em casa, a aprender através do ensino à distância.
Segundo a professora, “estamos a viver uma fase de mudança, para a qual nenhum de nós estava preparado” e as primeiras duas semanas de ensino à distância representaram um “desafio de aprendizagem para professores, alunos e famílias com um acompanhamento que se foi adaptando e reinventando à medida que alguns contratempos iam surgindo”.
“A realidade é que não podemos parar e foram criadas condições, através de várias plataformas e/ou ferramentas, que propiciaram o contacto com os nossos alunos e formas de trabalho colaborativo”, adiantou.
Nestes primeiros dias de ensino à distância as plataformas ligadas à educação que estão a ser mais utilizadas pelos professores e estudantes têm sido o Moodle, o Schoology, o Microsoft Teams, assim como o Webex. Outros privilegiaram o uso de e-mail, como forma de comunicação e o uso de ferramentas como o Zoom e o Slack.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS a docente de programação diz que “os alunos estão a conseguir enviar as tarefas que têm sido solicitadas”. “As ferramentas de uso foram sendo adaptadas em função, também, do modo como cada um podia funcionar com as mesmas”, explicou Maria de Lourdes Gomes.
Quanto às famílias que não têm computador ou Internet, esta docente considera que se este “período difícil perdurar, julgo que serão encontradas práticas de poder superar estas situações”.
Questionada sobre se as autarquias, empresas e instituições públicas e privadas portuguesas estão preparadas para o teletrabalho, Maria de Lourdes Gomes afirmou que muitas entidades em que o trabalho principal assenta no uso de ferramentas compatíveis com o teletrabalho, “estarão neste momento a enfrentar o desafio de poder experienciar essa situação e a criar condições para que essa realidade possa efetivamente acontecer”. “É claro que em casa temos de adicionar a componente família e, de repente, lidar com essa nova realidade, mas é altura de superar o momento”.
Como é que seria viver a pandemia do Covid-19 sem a era digital? A professora de Gestão e Programação referiu que “os meios de que dispomos são uma via rápida para a circulação da informação e permitem que, de uma forma muito mais imediata, todos possam ter acesso e conhecimento do que se passa a cada instante”. No entanto, aconselhou a “ter cuidado com as fake news, que, infelizmente, têm tendência a proliferar em situações deste género”.
“É importante que a informação que circula seja útil e ponderada, só assim teremos uma sociedade informada, responsável e capaz de atuar assertivamente”, salientou.
O mundo será um lugar diferente depois de tudo isto? “Sem dúvida”, manifestou a professora, que espera, no entanto, que “tudo aquilo que, neste momento, possa ser visto como ensinamento, contribua realmente para podermos ser mais conscientes, nos vários aspetos da nossa existência”.
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