A ideia foi iniciada por duas irmãs, que conseguiram reunir mais de duas dezenas de pessoas a ajudar. Uma assistente social do hospital pediu a Cheila Mendes, costureira, para confecionar algumas batas, “num tecido baratinho”, porque seriam os próprios médicos e enfermeiros a suportar o custo daquele equipamento de proteção.
Empenhada em compensar os profissionais “pelo enorme esforço que estão a fazer”, Cheila resolveu ir mais longe e lançou na rede social Facebook um apelo a quem quisesse contribuir para a compra de tecido, para que pudesse costurar mais batas.
A irmã, Sónia Mendes, ficou com a gestão da página e desde então nenhuma das duas tem mãos a medir para levar por diante o movimento solidário.
Orlando Fernandes, proprietário da empresa Sonapel, nas Caldas da Rainha, entrou na parceria, comprometendo-se a vender a preço de custo, 90 cêntimos, o TNT (tecido não-tecido) usado para as batas.
Segundo a agência Lusa, entre transferências bancárias e pagamentos na loja foram vendidos, só na semana passada, “cerca de 600 metros de tecido” e, apesar de o espaço estar fechado ao público, vai continuar com o fornecimento.
Do ateliê das manas Mendes o tecido parte para “algumas pessoas que cortam, outras que cosem, outras que vão fazer as recolhas e as entregas para evitar que as pessoas andem na rua”, conta Cheila.
“Cada profissional usa cerca de três batas por dia, é preciso mais”, diz Cheila, a quem já pediram entretanto para “fazer botas que cubram os pés e as pernas”.
Uma marca de máquinas de costura disponibilizou máquinas para as costureiras e, asseguram as Mendes, “todos os dias há contactos de pessoas a quererem ajudar” na confeção de túnicas, batas e toucas para os profissionais de saúde.
“Há de facto muita dificuldade de fornecimento desses equipamentos, apesar de termos encomendas feitas e aguardarmos reposição”, disse à agência Lusa Elsa Baião, presidente do conselho de administração do CHO, saudando com “satisfação” esta “onda solidária”.
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