A Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) foi quem decidiu tornar público que um doente das Caldas da Rainha tinha sido internado no Hospital de Santa Maria com o Covid-19.

De acordo com a comissão, que procura representar os utentes, sendo por isso independente dos órgãos administrativos do CHO, “casos suspeitos já foram dezenas”, mas apenas este está confirmado, desmistificando assim os números que circulavam nas redes sociais e pedindo que “não se entre em alarmismo”.

Apesar de contactada pelo JORNAL DAS CALDAS, a autoridade de saúde local não se pronunciou sobre este caso, fazendo um comunicado sobre o vírus sem confirmar a existência de um doente infetado das Caldas da Rainha.

Jorge Nunes, delegado de saúde coordenador da Unidade de Saúde Pública Zé Povinho, do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, confrontado com a posição de quem defende que não se deve omitir a proveniência dos doentes, comentou ao JORNAL DAS CALDAS que “saber a localização só vai causar angústia e ansiedade nas pessoas e não tem interesse. Só pode provocar alarmismo e não leva a nada”.

O delegado indicou que qualquer divulgação de dados sobre o Covid-19 é da incumbência da Direção-Geral de Saúde (DGS), tal como a administração do CHO já anteriormente tinha transmitido ao JORNAL DAS CALDAS.

Contudo, outras fontes confirmaram a existência de um infetado oriundo da freguesia de Santa Catarina, junto ao limite dos concelhos das Caldas da Rainha e de Alcobaça.

Trata-se um doente de 67 anos que foi levado para o hospital das Caldas da Rainha pelos bombeiros da Benedita, no dia 9. Na altura não foram detetados sintomas do vírus e regressou a casa mas dois dias depois voltou a ser transportado para a mesma unidade de saúde. Ficou retido e foi enviado para o Hospital de Santa Maria, onde foi confirmada a contaminação com o Covid-19.

Aos quatro bombeiros da Benedita que estiveram em contacto com ele foi dada ordem de isolamento domiciliário no domingo. Apesar de não apresentarem quaisquer sintomas, o facto de terem estado com um doente infetado motiva o isolamento dos bombeiros, todos do sexo masculino, com idades entre 24 e 49 anos, mas a restante corporação mantém-se no ativo, apesar de “alguma ansiedade”, admitiu o comandante da corporação, António Paulo.

“Em casa os bombeiros vão controlando diariamente a temperatura e há um contacto diário da minha parte e do delegado de saúde para saber o estado deles”, relatou.

A corporação da Benedita tem 65 elementos e segue todos os procedimentos de segurança relacionados com o Covid-19, esperando que os quatro bombeiros em isolamento possam regressar em breve à prestação dos serviços de socorro.