A sala de exposições encheu para a cerimónia inaugural, que teve a presença da vereadora da Cultura, Maria da Conceição Pereira. “A comparência, nesta exposição, de tantas pessoas, amigos, incluindo muita gente que veio de fora, individualidades de Caldas”, é para Cristina Horta, uma “reaçãotão calorosa que muito me honrou e deu-me um profundo incentivo na continuação desta minha atividade que ocupa um lugar central na minha vida e se expressa agora como um reencontro e uma reconstrução de mim mesma”. Cristina Horta começou a desenhar e a pintar muito jovem, durante a infância e adolescência, destacando-me sempre nas aulas de desenho no liceu. Resultado do trabalho que fazia com continuidade, fez duas exposições com 18 e 19 anos na Sociedade de Estudos de Lourenço Marques (Maputo). Viveu intensamente a expressão plástica até à altura em que o tempo deixou de o permitir, com as ocupações familiares e profissionais. Enquanto conservadora e diretora do Museu da Cerâmica, doutorada em História de Arte pela Universidade de Lisboa sobre História da Cerâmica das Caldas da Rainha, dedicou a sua “carreira aos museus e à investigação”. “Mesmo assim, em todos os momentos em que podia enchia cadernos e todo o tipo de papéis com desenhos e esboços”, disse ao JORNAL DAS CALDAS, acrescentando que reencontrou a sua paixão 40 anos mais tarde, “revivendo o fascínio dos pigmentos e do mundo colorido que estes permitem”. A mostra integra algumas obras a óleo sobre tela, como frutos simples, em destaque sobre fundo negro e paisagens marítimas. A maioria das obras é feita a aguarela, usando várias formas de tratamento dos temas que aborda, paisagistas, com uma predileção especial por árvores, a figura humana e outras expressões. Destaca-se nesta exposição o tema dos “incêndios”, através de paisagens desoladas com árvores queimadas, feitas a partir de fotografias que realizou nos diversos locais. Segundo a autora, esta exposição é um primeiro “ato de partilha dos meus trabalhos dos últimos seis anos e os vários temas abordados revelam uma busca das técnicas, da manipulação dos materiais e da procura de uma linguagem que tenha algo de meu”. “Nestas obras, bem como em todas que farei doravante aplicarei sempre muita observação, prática e muita paixão. E satisfação, porque pintar também tem um carácter lúdico e diverte-me”, referiu Cristina Horta. A mostra estará patente até 1 de fevereiro.
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