Logo em janeiro, no dia 23, a história do vapor inglês Roumania que naufragou na Foz do Arelho na madrugada de 28 de outubro de 1892 voltou à luz da ribalta, com a divulgação das imagens captadas por um drone e pelas filmagens subaquáticas dos destroços do navio, realizadas pelos caldenses Miguel Castro e Pedro Ramalhete numa reportagem de televisão. Essa entrevista dada à SIC sobre esta recente descoberta acabou por desencadear um debate, pois houve quem considerasse que aquelas filmagens não eram do Roumania, mas sim de outro navio, que naufragou na Foz do Arelho, como o S. Domingos, que transportava carvão entre 1910 e 1920 e afundou sem ninguém ter morrido. Em fevereiro, no dia 7, a cidade despediu-se da atriz caldense Cremilda Gil, que se estreou em 1961 no Teatro D. Maria II, no que seria o início de uma longa carreira artística, tanto nos palcos, como no cinema e no pequeno ecrã. Tinha 91 anos e vivia em Malarranha, no concelho de Mora, no Alentejo, onde comprara um monte há mais de vinte anos. Na área da política, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que esteve no dia 22, nas Caldas da Rainha, com os presidentes dos municípios da OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste, anunciou um investimento superior a 5 milhões de euros em infraestruturas de forças de segurança no Oeste, nomeadamente para a GNR, que prevê para Óbidos um investimento de 800 mil euros, para Peniche também uma verba de 800 mil euros, para Alcobaça uma dotação financeira de 1,4 milhão de euros, para São Martinho do Porto na adaptação das novas instalações um investimento de 600 mil euros e para Alenquer uma verba de 1,4 milhão de euros. Quase cinco meses após o desaparecimento do artista Zé do Pipo em Peniche, em circunstâncias que ainda se desconhecem, o empresário do cantor, Luís Martins, do Moinho da Música, deu conhecer ao país o seu sucessor – Manuel do Barril – que gravou em março o seu primeiro videoclipe no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha. Apesar de se apresentar quase igual ao cantor desaparecido e com as mesmas bailarinas do seu corpo de baile, os primeiros meses de Manel do Barril não foram fáceis, tendo sido alvo de críticas. No dia 7 de março, a Câmara das Caldas da Rainha foi alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, no âmbito de um processo relacionado com a venda de terrenos junto ao Centro Cultural e de Congressos. Em causa, segundo o anterior presidente da autarquia, Fernando Costa, estava “uma queixa” do proprietário de uma empresa de construção que, em 2006, comprou em hasta pública os terrenos onde foi iniciada, mas nunca concluída, a edificação de um prédio.
Cavacas das Caldas, finalista distrital em concurso nacional
Também no dia 27, a ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste submeteu as cavacas das Caldas às 7 Maravilhas Doces de Portugal, tendo sido finalista distrital, com a possibilidade de terem acesso às semifinais. Além disso apareceram retratadas na nova emissão filatélica dos CTT, lançada a 29 de março, dedicada aos doces tradicionais de Portugal. Ao nível da economia, o ano ficou marcado pela inauguração da ampliação e a modernização da fábrica de faianças Bordallo Pinheiro, que envolveu um investimento que ultrapassou os 9 milhões de euros do Grupo Visabeira. Na cerimónia, que se realizou no dia 17 de abril esteve presente o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro-adjunto e da economia, Pedro Siza Vieira, que elogiaram a capacidade de inovação e a “visão empresarial” do grupo, que adquiriu a fábrica quando esta se encontrava em risco de fechar em 2009. Caldas da Rainha foi palco no dia 28 de abril da festa anual dos escuteiros da Diocese de Lisboa, celebrando o Dia de São Jorge, patrono mundial do escutismo, que trouxe à cidade 5200 crianças, jovens e adultos que se dedicam ao movimento escutista. Tendo como anfitrião o agrupamento de escuteiros 337 das Caldas da Rainha, o evento, organizado pela Junta Regional de Lisboa e Junta do Núcleo do Oeste do Corpo Nacional de Escutas, desenrolou-se por vários espaços, como o Parque D. Carlos I, a Mata, o Abraço Verde e o Complexo Desportivo, tendo sido realizados diversos jogos e atividades ao longo do dia. Nesse mesmo mês foi encontrado o cadáver de um jovem de 21 anos, Ricardo Porfírio, carbonizado no interior de uma propriedade particular que estava à venda, no meio de mato, debaixo de um automóvel incendiado, a vinte metros da estrada que liga Vale do Coto a Barrantes. No que diz respeito à educação, a cidade viu o professor de história Rui Correia a ser reconhecido como o “professor do ano” ou “Nobel da Educação”, pela iniciativa “Global Teacher Prize Portugal 2019”, que destaca os bons métodos de ensino dos docentes. O docente, de 53 anos, arrecadou este título após se ter candidatado com um projeto para captar a atenção dos alunos para a matéria lecionada através de métodos interativos.
Reabertura do Balneário Novo do Hospital Termal
No mês em que se comemora o “Dia da Cidade” também houve diversas atividades, desde logo o I Salão da Marotice, organizado pela associação que gera a Expoeste, em que a Confraria do Príapo foi convidada a participar, a segunda edição do Festival Impulso, que encheu a cidade com mais de 40 concertos, e ainda a reabertura do Balneário Novo do Hospital Termal. Interrompido o seu funcionamento em 2009, o Ministério da Saúde autorizou no dia 14 de maio a reabertura dos tratamentos termais no edifício. O balneário foi o primeiro de um conjunto de intervenções que ainda estão em curso na cidade, que terão o custo global de cerca de 4,5 milhões de euros, entre verbas a suportar pela autarquia e comparticipações comunitárias. Houve ainda o caso de um holandês de 78 anos que se deslocou às Caldas da Rainha durante o mês de julho para cumprir a sua última viagem a este concelho. Em junho foi-lhe diagnosticado um cancro de fígado, o sexto tumor mais frequente no mundo, e Jan Westerhout tinha como desejo despedir-se de uma cidade e das pessoas que ele gostou tanto.
Greve e manifestação
Mas 2019 também fica na história como o ano da consciência climática, em que se constituíram mais grupos de defesa do ambiente e que se fizeram mais greves e mais manifestações. Caldas não foi exceção. Um grupo mais de 200 alunos caldenses marchou nas ruas da cidade em defesa do planeta no dia 24 de maio. Aos estudantes juntaram-se alguns professores e responsáveis pelas associações ambientalistas. O ano transato também contou a paralisação de 49 funcionários judiciais do Tribunal das Caldas da Rainha, no dia 25 de junho, durante todo o horário laboral, a manifestação perante o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, no dia 10 de julho, em frente à OesteCim – Comunidade Intermunicipal do Oeste, nas Caldas, exigindo a reparação dos passadiços e o desassoreamento da baía de São Martinho, e ainda a 12 de agosto, com uma nova greve por parte dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, que fez com que mais de 500 postos de combustível no país ficassem sem gasolina e gasóleo. Como aconteceu a nível nacional, em Caldas da Rainha também se viveram momentos complicados em que entre os dez postos mais próximos da cidade, dois deles, no primeiro dia de greve, não possuíam combustível, casos da Repsol na Zona Industrial e da antiga PRIO, agora BP, junto ao Pingo Doce. Esta greve também ficou marcada pela descida de quatro cêntimos por litro do preço dos combustíveis. No que toca ao desporto, Caldas foi palco entre os dias 22 a 29 de setembro do Angogerman Oeste Ladies Open, a maior prova feminina realizada em Portugal e uma das maiores da Europa. A iniciativa, que resultou de uma parceria entre a Federação Internacional de Ténis, Federação Portuguesa de Ténis, Município de Caldas da Rainha e a Capital Events, reuniu mais de seis dezenas de tenistas, oriundas de diversos países. Já na área da saúde, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a OesteCim e o Centro Hospitalar do Oeste assinaram no dia 9 de setembro, nas Caldas da Rainha, um acordo de cooperação para a criação de um grupo de trabalho sobre o novo hospital para a região, com o objetivo de elaborar um estudo que terá o custo de cerca de 100 mil euros para definir o perfil, dimensionamento e localização do Novo Hospital do Oeste.
População criticou obras de requalificação urbana
Outros dos assuntos que marcaram e continua a marcar o dia-a-dia dos caldenses são as obras de requalificação urbana na cidade, que decorrerão até janeiro de 2020. Estas intervenções, que envolveram a substituição da conduta de distribuição de água e respetivos ramais domiciliários e que encerraram várias ruas da cidade, mereceram diversas críticas por parte da população caldense. Na assembleia municipal no dia 17 de setembro, os munícipes aproveitaram para apresentar um abaixo-assinado onde foi pedido que o executivo camarário analisasse a situação com o objetivo de “minorar os eventuais prejuízos para o comércio tradicional” devido à realização de obras durante a época natalícia. Perante a situação, a Câmara adiou as obras na Rua Heróis da Grande Guerra, no troço entre a Rua Tenente Sangreman Henriques e a Rua Coronel Soeiro de Brito, para janeiro. O mês de setembro também ficou marcado pela tomada de posse dos novos órgãos sociais da ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste para o triénio 2019/2022, e ainda pela instalação de uma nova paragem de autocarros do serviço Rápida Verde junto à Expoeste. Durante as eleições legislativas de outubro também foram eleitos dois deputados caldenses, pelo distrito de Leiria, Hugo Oliveira (PSD) e Sara Vélez (PS), para representar a bancada parlamentar dos respetivos partidos. Os ninhos de vespas asiáticas também foram tema de destaque no nosso jornal, que deu conta que foram eliminados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil das Caldas da Rainha, desde maio de 2019, 18 ninhos secundários de vespas velutinas, mais conhecidas por vespas asiáticas, na sua maioria com diâmetro superior a 10 cm. Atento a esta problemática da vespa asiática o Município das Caldas da Rainha, através do seu Serviço Municipal de Proteção Civil, promoveu uma sessão de esclarecimento, em novembro, sobre esta espécie predadora. A cidade ainda foi distinguida pela UNESCO como integrante da rede mundial de Cidades Criativas, pelo seu contributo no artesanato e artes populares, e eleita como a cidade com as melhores luzes de natal em 2019, pela publicação online NiT.
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