É importante que a sociedade e os decisores políticos percebam que estão a descurar o futuro, ao não acarinhar e ao não criar condições para que os portugueses mais novos possam dar o melhor de si em prol do país. Mas os jovens também têm de fazer a sua parte, fazendo-se ouvir. É aí que entram as juventudes partidárias, as associações juvenis, as associações de estudantes, que têm o dever de dar esperança a todos os jovens, mostrando-lhes que vale a pena envolverem-se na sociedade e na política. E isso só se consegue com proximidade, diálogo e bons exemplos. Se no presente os jovens têm de bater o pé e conquistar o espaço que é seu por direito, no que respeita ao futuro, têm de o construir hoje, têm o dever de antecipar o futuro! Antecipar o futuro é discutir hoje todos os temas da sociedade, desde a educação, à saúde e bem-estar, ao ambiente, à segurança social, à legislação laboral, à integração europeia, aos direitos, liberdades e garantias, tudo! Tudo são temas de juventude, tudo são temas que os jovens devem pensar e projetar a médio e longo prazo. O ser humano é racional e é inteligente, daí que ao longo de milhares de anos o mundo tenha sistematicamente evoluído, porque o ser humano teve sempre o rasgo suficiente para perceber que o futuro depende sempre das decisões do presente. Homens e mulheres que, muitas vezes, prejudicando o seu presente, tiveram o altruísmo de tomar decisões que afetariam positivamente os seus filhos, os seus netos, os seus bisnetos… Cabe aos jovens de hoje, mais do que preparar a sua velhice, preparar aquilo que será a vida dos seus filhos e dos seus netos, para que não lhes aconteça a eles o que nos aconteceu a nós: herdar um país hipotecado, em que o presente serve para pagar os erros do passado, quando devíamos estar todos a construir um futuro melhor. Só porque alguém ignorou o conceito de solidariedade intergeracional.
João Antunes dos Santos Presidente da JSD Distrital de Leiria
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